No início deste ano, o Facebook anunciou que desenvolveria uma “versão Kids” do Instagram voltada para menores de 13 anos. Mas após inúmeras críticas de pais e especialistas, a rede social de Mark Zuckerberg anunciou, na última segunda-feira (27), que vai paralisar o projeto que estava em andamento.
“Embora defendamos a necessidade de desenvolver essa experiência, decidimos pausar esse projeto. Isso nos dará tempo para trabalhar com pais, especialistas, legisladores e reguladores, para ouvir suas preocupações e demonstrar o valor e a importância deste projeto para os adolescentes mais jovens que hoje estão online”, disse a publicação do Instagram.
A ideia inicial do Facebook era criar uma nova versão do Instagram para que os pais pudessem monitorar as atividades da garotada. Isso porque, segundo a companhia, as crianças estão adquirindo smartphones cada vez mais cedo e um novo app, sem anúncios e com mais camadas de segurança, daria mais proteção aos jovens.
Não colou. Os críticos caíram em cima da empresa de Zuckerberg e alegaram que a criação de um novo aplicativo representaria mais riscos para as crianças.
“O objetivo real da empresa é expandir a alta lucratividade da franquia Instagram para um público ainda mais jovem, apresentando às crianças um poderoso ambiente de mídia social comercializado que representa sérias ameaças à privacidade, saúde e bem-estar”, criticou em abril, Kathryn Montgomery, estrategista sênior do Center for Digital Democracy.
Para piorar a situação, o The Wall Street Journal publicou na semana passada uma série de reportagens que revelaram como o Instagram potencializava os problemas corporais em adolescentes. Inclusive, há relatos de pesquisadores internos da empresa que observam um sentimento de “vício” no app pelos usuários.
Em resposta às acusações, o Facebook afirmou que os relatórios descaracterizaram os estudos da companhia. Ainda assim, nenhum dado interno foi divulgado para rebater as queixas relatadas pelo tabloide americano.
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Instagram Kids? Talvez no futuro…
Mesmo diante das críticas, a rede social afirmou que vai continuar trabalhando ferramentas opcionais de supervisão parental para adolescentes. No entanto, a empresa seguirá conversando com pais e especialistas do setor para otimizações do produto.
“Esses novos recursos, que serão opcionais para pais e adolescentes, darão aos pais as ferramentas para moldar de forma significativa a experiência de seus filhos adolescentes no aplicativo. Teremos mais a compartilhar nos próximos meses”, finalizou a publicação.
Fonte: The Verge