Facebook é acusado de inflar números de alcance de propósito
By - KaBuM!, 18 fevereiro 2021 às 14:22
Os executivos do Facebook estavam cientes de que o número de usuários que seus anunciantes poderiam alcançar estava superestimado. A informação é de um processo relatado pelo Financial Times.
Um gerente de produto alertou executivos da empresa em 2018 que os números potenciais de alcance do público do Facebook estavam “profundamente errados” e inclusive sugeriu alterar as métricas para torná-las mais precisas – e reais.
woah, I have the unsealed docs here. this is the Facebook census / fake accounts case DCN filed to get unsealed for public interest. Judge recently ruled in our favor. So I guess here come the docs. And the apparent cover-up was once again worse than imagined. Sandberg. https://t.co/q4OT5Wl4D4 pic.twitter.com/DPEPa0YwYq
— Jason Kint (@jason_kint) February 18, 2021
Mas, ao que tudo indica, os executivos seniores simplesmente rejeitaram as mudanças, dizendo que o impacto sobre a receita seria “significativo”, de acordo com o documento divulgado.
Jogo sujo do Facebook?
O processo diz que o Facebook usava contas falsas e duplicadas em suas métricas de alcance potencial; assim, os números sugeridos em certas regiões chegavam a ser maiores do que o número de pessoas que viviam no local.
“O Facebook sabia há anos que seu alcance potencial era enganoso e ocultou esse fato para preservar seus próprios resultados financeiros”, afirma o documento.
Apenas estimativas
O Facebook se defende. Diz que os números eram apenas estimativas e que os anunciantes não pagam com base no alcance potencial, mas sim nas impressões de anúncios e cliques.
Ainda assim, os números de alcance são usados por anunciantes por motivos de orçamento, e o próprio Facebook disse em um documento interno que o dado era “indiscutivelmente o número mais importante em nossas interfaces de criação de anúncios”.
A história se repete
Esta não é a primeira vez que o Facebook é acusado de inflar o número de usuários na plataforma. Em 2016, a empresa admitiu que havia exagerado as visualizações dos vídeos dos usuários por dois anos. Em 2019, a rede social comandada por Mark Zuckerberg concordou em pagar 40 milhões de dólares para liquidar as reivindicações.
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