A escassez mundial de semicondutores marcou 2021. O impacto da falta de chips e, consequentemente, diversos componentes, causou problemas de abastecimento em diferentes indústrias – de carros a videogames; e, claro, placas de vídeo e muito mais.

Uma série de produtos simplesmente desapareceu das prateleiras e as poucas unidades que restaram eram negociadas a preços exorbitantes. Vamos, então, relembrar as expectativas e previsões deste cenário ao longo do ano…

Em março, uma das primeiras empresas a declarar abertamente que estava sofrendo com a escassez de peças foi a Foxconn, que produz dispositivos para Apple. A notícia foi dada por Young Liu, CEO da empresa. Questionado sobre a duração da “seca”, o executivo afirmou que o problema deveria durar, pelo menos, até o segundo trimestre de 2022.

No mesmo período, logo no início do ano, outras grandes como a Samsung alertaram seus investidores sobre um “sério desequilíbrio” na indústria de semicondutores. E, desde então, a situação atinge diferentes indústrias: Ford, Volkswagen, Nissan e Toyota foram as primeiras a enfrentar o problema. Sony e Microsoft justificam o sumiço dos novos PlayStation 5 e Xbox Series citando a mesma situação.

Controles de videogames next-gen

Foto: Kamil S/Unsplash

Novo (e pior) panorama a partir do segundo semestre

A partir do início do segundo semestre começamos a ter uma visão mais global do problema – e também do tamanho da gravidade dessa escassez mundial de semicondutores.

Em agosto, o CEO da STMicro, uma das principais fabricantes de chips da Europa, disse que o cenário só iria mesmo se normalizar em 2023. A fala do executivo estava alinhada com previsões compartilhadas por outras gigantes da indústria, como IBM, Intel e TSMC.

Todos concordam em um caminho possível para o mercado de chips: um aumento gradual da produção ao longo do próximo ano, seguido de uma volta ao equilíbrio entre oferta e demanda no setor a partir do primeiro semestre de 2023.

Cadê minha GPU?

Para os gamers ávidos por novas placas de vídeo, também no meio do ano, o CEO da Nvidia Jensen Huang revelou que a crise dos chips seguiria como uma “pedra no sapato” da maior fabricante de GPUs. Ele afirmou que as restrições de fornecimento de placas de vídeo devem ser prolongadas até grande parte do ano que vem, o que deve comprometer a disponibilidade de GPUs GeForce RTX ao longo de 2022.

Placas de vídeo

Foto: Nvidia

E enquanto alguns esperavam certa melhora para 2022, o último trimestre do ano veio como um balde de água fria nos mais otimistas. Sim, a falta de insumos para a fabricação de chips no mercado de tecnologia promete se estender para muito além do previsto.

Um dos executivos do braço de semicondutores da Toshiba afirmou que a situação da oferta de chips deve ficar muito prejudicada até pelo menos setembro de 2022 e que mesmo em 2023 não será possível atender toda a demanda da indústria e dos consumidores.

Para tentar driblar o péssimo momento, Google e Intel correm para produzir seus próprios chips e a Apple aproveita sua proximidade dos fornecedores para reservar grande parte da produção deles para si.

As três maiores fabricantes de semicondutores, por exemplo, planejam investir globalmente mais de US$ 60 bilhões em 2022. A Intel sozinha será responsável pela injeção de US$ 20 bilhões para a construção de duas novas fábricas da empresa no Arizona (EUA).

Ilustração de chip da Intel

Reprodução: Slejven Djurakovic/Unsplash

…até 2023

No início deste mês, a consultoria Deloitte adicionou um pouco mais de ansiedade nos planos para 2022. Segundo a empresa, a escassez mundial de chips para computadores, celulares e hardwares em geral irá permanecer durante o próximo ano, com previsão de durar até o início de 2023.

O relatório “Technology, Media & Telecommunications (TMT) 2022 Predictions” (Previsões de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações, em tradução livre), aponta ainda que, para o no início de 2022, estima-se de 10 a 20 semanas para que diversos tipos de chips retornem ao mercado.

No final das contas, tudo isso significa que fabricantes (de chips e dispositivos eletrônicos) ainda vão precisar de muita organização e criatividade para alimentar suas linhas de produção. O consumidor também vai precisar ter paciência – e dinheiro – na hora de adquirir seus eletrônicos favoritos por pelo menos mais um ano.

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Adilson
31 de dezembro de 2021 13:54

Warzone pacific ta injogavel nos consoles ainda , e se roda ta muito feio