Crítica | 6º episódio de The Last of Us traz esperança de um futuro para Joel e Ellie
Algumas das cenas mais importantes - e promissoras para a história - aconteceram neste sexto episódio de The Last of UsBy - Luiz Nogueira, 20 fevereiro 2023 às 0:00
Neste domingo, tivemos o aguardado sexto episódio da primeira temporada de The Last of Us. Neste capítulo, um dos objetivos de nossa dupla foi cumprido, porém, ainda há um longo caminho até que a jornada dos dois se encerre.
A busca por Tommy
Neste episódio, após um salto temporal de 3 meses, Ellie e Joel continuam sua jornada em busca de Tommy. Aqui, estamos no outono e, durante sua caminhada, eles passam por uma casa em que um casal de idosos mora. Eles pedem informações sobre onde estão e para onde devem ir.
Como recomendação, o senhor diz que eles podem ir para qualquer lugar, menos atravessar o rio, porque lá há apenas morte. A mulher então diz que, se Tommy está a oeste do rio, ele provavelmente morreu a essa altura, já que dizem que coisas ruins acontecem lá.
Após saírem do local com as péssimas notícias, Joel tem uma crise de ansiedade – provavelmente ligada ao fato de imaginar que seu irmão morreu e ele perdeu mais uma pessoa com quem se importava. Não canso de exaltar a atuação de Pedro Pascal nesses momentos. Ele consegue transmitir sua angústia apenas com o olhar.
Esse é um episódio com muitos questionamentos. De um lado, temos Joel questionando se seu irmão conseguiu sobreviver mesmo depois de anos. Do outro, Ellie se pergunta o que vai fazer depois que os Vaga-lumes pegarem seu sangue para tentar criar uma cura.
Nessa hora, há uma das cenas de quebrar o coração: Ellie pergunta para onde vão depois que tudo se resolver, Joel responde que não há “nós”, mas sim apenas ele. O desapontamento fica estampado no rosto da menina – o que mostra que as críticas à atuação de Bella Ramsey são completamente infundadas.
Joel chega a dizer que seu sonho é ir para um rancho afastado e criar ovelhas, porque elas são quietas e fazem o que mandam. Quando Ellie é questionada disso, ela olha para a Lua, uma alusão a ir ao espaço – igual aos astronautas que admira.
Essa cena é bastante reveladora e fomenta o caminho para um segmento em The Last of Us Part II – e que provavelmente estará na segunda temporada – que envolve foguetes.
Mais questionamentos e um possível easter egg
Lembra quando disse que esse é um episódio de questionamentos? Pois bem, eles seguem por todo o capítulo, mesmo de maneiras sutis. Em um caso claro, Ellie se pergunta se a vacina vai funcionar de fato, já que o que fez com Sam – colocando seu sangue na ferida – não surtiu nenhum efeito. Joel a tranquiliza, dizendo que as vacinas são feitas de forma diferente.
Ao atravessarem o rio, Joel e Ellie se deparam com um grupo de pessoas que os captura e usa um cachorro para detectar pessoas infectadas. Aqui há um grande momento de tensão, já que Ellie está infectada, pois foi mordida. Mesmo sabendo da história, a cena é muito angustiante.
Após citar que procura seu irmão, o grupo leva eles para Jackson e lá Joel reencontra Tommy. A cena é emocionante, mas não muito. Segue a personalidade dos personagens, com eles tentando se manter fortes e não demonstrar muito as emoções.
O interessante de Jackson é que esse é um dos arcos mais importantes do game e, na série, está tudo aqui: a cidade, Maria (esposa de Tommy) e a conversa de apresentação de como tudo funciona. Obviamente, há uma certa diferença em relação ao jogo, embora a premissa seja a mesma.
Esse semento serviu para dar opções para o futuro dos personagens – além de claramente oferecer esperança de um mundo normal para os dois protagonistas, em que é possível viver em uma comunidade em meio ao caos.
Inclusive, esse episódio de The Last of Us parece formar o caminho para os eventos da segunda temporada. Falo isso porque, ao que parece, Dina, uma personagem bastante importante em The Last of Us Part II, está encarando a garota enquanto ela come com Joel, Tommy e Maria.
Conversas reveladoras
As conversas que se seguem são bastante reveladoras para os personagens da série. Quando os irmãos estão conversando, Joel mente sobre Tess, dizendo que ela está bem, e pede para que Tommy leve Ellie até os Vaga-lumes.
Tommy se recusa e, depois de uma briga, diz que não quer se arriscar mais, porque vai ser pai – Maria está grávida.
Enquanto Maria está com Ellie, elas conversam e a garota descobre sobre Sarah, filha de Joel. Além disso, a esposa de Tommy alerta a menina sobre seu guarda-costas, dizendo que há coisas sobre ele que ela ainda não sabe – o que deixa Ellie bastante pensativa.
Por fim, quando Tommy e Joel se reconciliam, nosso personagem principal conta sobre a condição de Ellie e, novamente, pede ajuda de Tommy. É neste momento que uma das cenas mais tocantes do episódio acontece: Joel demonstra medo por tudo o que aconteceu. Isso faz com que Tommy concorde em levar Ellie sozinho.
Quando Joel vai contar a decisão para Ellie, ela fica muito triste e começa a brigar com ele, chegando a tocar no assunto Sarah. É então que Joel se transforma e fica muito magoado com isso. Esse, com certeza, é um dos momentos altos da atuação de ambos. Fica decidido que, ao amanhecer, eles vão seguir caminhos separados.
No dia seguinte, Ellie está cabisbaixa e triste, pois pensava significar algo para Joel, já que ela nutre um carinho imenso por ele. É neste momento que ele aparece e pergunta para ela se prefere ser levada por Tommy ou por ele.
Sem pestanejar, a menina escolhe ele e então eles seguem viagem, mas não sem antes Tommy reforçar que eles são bem-vindos ali.
Momento decisivo
A dupla finalmente chega à universidade onde supostamente há uma base dos Vala-lumes. No entanto, o local está vazio, parece que saíram às pressas. Aqui, enquanto andam pelos corredores, ficamos apreensivos em todos os momentos, já que é impossível saber o que os espreita.
Ao saírem de lá e sem saber o que fazer em seguida, eles entram em um embate com um grupo e Joel acaba ferido na barriga. Mesmo assim, eles conseguem fugir, mas não por muito tempo. Joel, fraco, desmaia por conta do ferimento e Ellie se desespera.
O episódio termina de forma tão abrupta que fica um gosto amargo na boca de pensar que os produtores podem ter mudado parte da história na reta final da temporada – e Joel possa morrer. No entanto, isso também abre muitas possibilidades, como o flashback de Ellie e Riley, e até o polêmico arco de David e seu grupo.
Temos mais um capítulo marcado por momentos de tensão, ótimas atuações e um leque de possibilidades para o futuro. Acho que o que chama mais atenção na adaptação de The Last of Us é a produção conseguir manter o fator surpresa, mesmo sendo uma história que muita gente já conhece.
Agora, em sua reta final, a série promete muitas surpresas e cenas icônicas, que ficarão na mente dos espectadores por bastante tempo.
Comentários