Crítica | Episódio 7 de The Last of Us traz mais emoção ao mostrar passado de Ellie
The Last of Us mais uma vez se mostra um fenômeno ao dar contexto aos seus personagens ao mesmo tempo em que traz ótimas adições à tramaBy - Luiz Nogueira, 27 fevereiro 2023 às 0:00
Neste domingo (26), a HBO estreou o sétimo episódio da primeira temporada de The Last of Us. Aqui temos um flashback também – assim como no terceiro episódio -, embora essa seja uma história conhecida dos fãs do jogo, já que é contada em um DLC.
O tão aguardando episódio em que a amizade de Ellie e Rilley é desenvolvida foi exibido e, como era de se esperar, arrancou muitas lágrimas.
Desespero e o passado de Ellie
O episódio começa exatamente onde o anterior terminou: com Ellie desesperada com o ferimento de Joel, enquanto ele perde a consciência. Ao chegar a uma cidade abandonada, a garota o leva até uma casa e encontra um esconderijo para deixá-lo. A partir disso, a menina revira todos os cômodos em busca de algo para cuidar desse ferimento.
Quando estão atuando juntos, Pedro Pascal e Bella Ramsey têm uma sinergia incrível. Agora, com o personagem de Pascal “fora de cena”, no entanto, podemos ver como Ramsey foi a escolha perfeita para o passado.
A atuação de Bella evoluiu muito com o passar dos episódios – e isso é perceptível. Provavelmente, conforme o papel foi ficando mais confortável, Ramsey começou a se mostrar tão Ellie quanto a Ellie do game.
Isso é muito doido, já que muitas pessoas torceram o nariz quando Bella foi escalada para dar vida à personagem. Felizmente, ela mostrou a que veio e estamos diante de uma Ellie que faz jus ao que se esperava.
Voltando ao episódio, somos levados então para o passado de Ellie, quando ela era uma estudante dentro das cidades protegidas da Fedra. Ela, como era de se esperar, era bastante rebelde e arrumava confusão com certa frequência.
Em certo momento, ela chega a ser questionada se deseja se tornar uma oficial ou continuar se comportando mal.
Logo depois, descobrimos que sua colega de quarto, Riley, sumiu há três semanas, o que é uma situação muito desconfortável para Ellie, já que a amiga é a única pessoa em quem confia – e com quem ela pode ser ela mesma.
Em uma noite, Riley simplesmente volta e fala para Ellie que quer contar algo para ela. Sem saber o que esperar, a menia é surpreendida com sua amiga confidenciando que agora faz parte dos Vaga-lumes. Isso explica o sumiço, mas deixa Ellie com várias perguntas.
Mesmo assim, como maneira de se redimir, Riley propõe levar a amiga a um lugar desconhecido, mas que ela vai gostar. Com isso, ambas saem de madrugada pela cidade protegida em busca de um objetivo ainda não revelado.
Elas se aventuram por telhados e lugares escuros de forma que se encondam dos guardas da Fedra que cuidam da segurança do local. Após alguns momentos de tensão, Riley conta como entrou para os Vaga-lumes e como uma das membros a convidou porque ficou impressionada com sua capacidade de passar despercebida.
Uma noite inesquecível
O destino de ambas é um shopping – que mais parece um bunker. Ellie, assim como citei no review do episódio 4, se mostra encantada com tudo, já que ela apenas tinha ouvido falar naquele tipo de comércio. É aí que o tour delas pelo lugar começa.
Riley preparou um roteiro de atividades para fazer com a amiga. Desde tirar fotos numa cabine – a icônica cena das duas -, passando pelo carrossel em que elas se divertem e terminando em uma máquina de fliperama.
Quero citar a cena do carrossel, que é uma das mais sensíveis da série. Em uma das únicas vezes por toda a temporada, elas estão sendo simplesmente crianças. Dá até um quentinho no coração por conta da felicidade de estarem ali, se divertindo sem preocupação.
A cumplicidade delas, a amizade, os olhares, tudo indica que, ali dentro, há apenas crianças que tiveram de amadurecer para sobreviver a um mundo destruído. A humanização é impressionante.
Além disso, o que chama a atenção é como The Last of Us se preocupa com os detalhes e a maioria das cenas tem um propósito. Há alguns episódios, Ellie, enquanto está com Joel, vê uma máquina de fliperama com Mortal Kombat e pergunta se ele já jogou aquilo.
Agora, vemos que ela teve de fato contato com o game numa máquina daquelas, já que Riley separou muitas moedas para que elas possam se divertir ao se enfrentarem no famoso jogo de luta.
No entanto, o barulho delas faz com que um infectado – que está conectado pela rede neural que controla sua consciência – desperte e passe a representar uma ameaça para as duas. Ele não se mostra logo de cara, o que oferece algumas cenas de agonia, já que ele pode pular ali a qualquer momento.
Motivação de Riley e o destino de ambas
Ellie acaba descobrindo que Riley estava usando o shopping como esconderijo e que estava fazendo bombas para os Vaga-lumes, o que a deixa bastante perplexa. Para aumentar o choque, Riley confirma que foi atrás de Ellie como forma de se despedir, já que essa é sua última noite em Boston, pois foi designada para um posto.
É aqui que ambas mostram a que vieram – não que Bella Ramsey precisasse. Elas brigam, mas é uma discussão tão cheia de emoção que é impossível não se emocionar junto, principalmente quando falam sobre como é pertencer a uma família – e como Riley encontrou nos Vaga-lumes essa família.
Durante o desentendimento, Ellie decide simplesmente ir embora e deixar Riley de vez. Ao que parece, ela achou que a amiga quebrou sua confiança ao decidir abandoná-la. No entanto, no meio do caminho, decide voltar e se reconcilia com Riley. É aqui que o primeiro beijo delas acontece, de forma tão simbólica, sensível e bonita.
Quando tudo parecia certo, as duas são atacadas. Com isso, sabemos como Ellie foi mordida. A questão é que Riley também sofreu um ferimento e, ao contrário da amiga, não é imune. Esse é o fim da história de amizade das duas.
Voltando para o presente, provavelmente é por isso que Ellie corre para tentar salvar Joel desesperadamente. Ela não suportaria perder mais alguém que ama. É então que ela acha uma agulha e linha de costura para fechar o ferimento.
Emoção em The Last of Us
Por fim, assim como o episódio 3, temos mais um capítulo de The Last of Us que traz um vazio, uma sensação de desamparo e mostra como o mundo da série é cruel e implacável.
Agora, na reta final, a produção promete muitas emoções e várias reviravoltas – principalmente se o roteiro do game for seguido de maneira fiel, o que parece ser justamente o caso.
Para realização desta crítica, a HBO forneceu ao blog KaBuM! acesso antecipado aos episódios restantes de The Last of Us.
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