O diretor do filme Ghost of Tsushima, Chad Stahelski, disse em entrevista ao Collider que sua visão para o longa-metragem contempla um elenco inteiramente japonês, além de diálogos progredindo também no idioma nipônico.

Stahelski, que também assina a direção de John Wick 4 (estrelado por Keanu “Eu não quero meus personagens em Mortal Kombat” Reeves), disse que pretende provar que “Bong Joon-ho estava certo”, em referência ao diretor do filme sul-coreano de 2019 (“Parasita”) que venceu o Oscar de Melhor Filme. Joon-ho disse, na ocasião, que “quando vocês passarem pela pequeníssima barreira das legendas, vão conhecer muitos outros filmes espetaculares”.

Ghost of Tsushima, o leitor vai lembrar, foi um dos últimos jogos exclusivos do PlayStation 4, que fechou a jornada do console pouco antes do lançamento de seu sucessor, o atual PlayStation 5. Ambientado em um enredo fictício dentro da muito real invasão do Japão pela Mongólia, o jogo desenvolvido pela Sucker Punch Entertainment (famosa pelos jogos InFamous) foi aclamado pela crítica especializada como um primor não apenas de gameplay e narrativa, mas também de atuação por parte de seu elenco e fidelidade à história japonesa.

Disse Stahelski:

“Honestamente, essa é provavelmente uma das coisas que assustariam a maior parte das pessoas. É uma obra fantasiosa de época. Ela foi feita em reverência a Akira Kurosawa, provavelmente uma das cinco maiores influências da minha vida no que tange a filmes. É a chance de colocar a tecnologia e as pessoas dentro de uma história atemporal.

(…)

Então, eu acho que, se fizermos isso direito, [o filme] será visualmente estonteante. Ele é direcionado pelos seus personagens. Ele tem espaços para grandes cenas de ação, grandes visuais. E honestamente, tentaríamos fazê-lo à risca. É uma história sobre mongóis invadindo a ilha de Tsushima. Então, um elenco completamente japonês, com diálogos em japonês. A Sony gostou da ideia e nos apóia nisso. Eu tenho viajado ao Japão desde quando eu tinha 16 anos. Eu tenho um grande amor pelo país, por suas pessoas, por seu idioma.”

Apesar do enredo de Ghost of Tsushima ser uma história fictícia – a perseguição de vingança do samurai Jin Sakai contra o conquistar Kotûn Khan, neto de Gengis Khan -, a ambientação onde ela está instalada é real: o império mongol tentou invadir o Japão após se infiltrar na ilha de que dá nome ao título em 1274. Na verdade, ambas as tentativas terminaram em fracasso não por superioridade dos samurais – os registros históricos indicam que os invasores estava vencendo os combates -, mas sim por infortúnio climático: em ambas as ocasiões, dois tufões vieram do mar e varreram a armada mongol, deixando seus soldados em menor número e sem possibilidade de fugir.

Foi durante essas invasões que, dizem historiadores, foi usada pela primeira vez a palavra “kamikaze” – que é traduzida para “vento divino” no idioma japonês.

Stahelski também mencionou como a empreitada é arriscada, mencionando como ele terá que ser “financeiramente responsável” com a adaptação: “Ninguém vai me dar US$ 200 milhões para fazer um filme com bastante tecnologia que não ‘fala inglês’. Eu entendo isso. Então eu terei que ser bem esperto para definir o que é financeiramente responsável para a propriedade [intelectual], para o estúdio, e ainda assim tirar o que eu quero disso e criar algo épico. É um grande desafio, cara”.

A adaptação de Ghost of Tsushima para os cinemas foi confirmada no início de 2022, com Stahelski assinando a direção, a Sucker Punch creditada na produção executiva, além de Stahelski, junto de Alex Young e Jason Spitz, cuidando da produção operacional. O filme, no entanto, não tem previsão de estreia.

Via Collider

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