Parece que a “treta” acabou: segundo publicação de Elon Musk no Twitter, ele e o CEO da Apple, Tim Cook, se reuniram recentemente na sede da empresa de Cupertino para, entre outras coisas, resolver o “mal entendido” do app do Twitter no iOS.

A discussão, você deve lembrar, é pertinente à possibilidade da Apple remover o app do Twitter de sua loja oficial – algo que rendeu muitas reclamações do próprio Elon Musk no começo desta semana mas que, segundo ele mesmo diz no tuíte abaixo, a fabricante do iPhone nunca nem cogitou, na verdade.

Traduzindo:

“Boa conversa. Entre outras coisas, nós resolvemos o mal entendido sobre o Twitter potencialmente ser removido da App Store. Tim foi bem claro ao dizer que a Apple nunca pensou nisso.”

Vale lembrar que quem levantou a possibilidade da Apple remover o app da rede social foi…Elon Musk. Ele nunca mencionou qual seria a sua fonte, mas é fato conhecido que a “Maçã” havia marcado o Twitter para revisão no passado, devido à sua falta de controle de moderação no que tange à desinformação e veiculação de fake news. Isso, no entanto, ocorreu antes de Musk assumir a liderança da rede social no início de novembro.

Embora o tuíte de Musk traga um tom mais amistoso, ele não faz nenhuma menção às outras reclamações do CEO: Musk também atacou a taxa de 30% que a Apple cobra em cima do faturamento de cada aplicativo em sua loja – algo que Musk chamou de “secreto” ainda que esta prática não seja nenhum segredo (Steam, Google e PlayStation fazem isso também, em variados percentuais).

Outro tópico que também não foi abordado foi a suposta paralisação da veiculação de anúncios da Apple no Twitter. Mais uma vez, a fonte disso é o próprio Elon Musk, que disse nesta semana que a empresa do iOS havia “majoritariamente paralisado” suas campanhas publicitárias na plataforma.

Ou, talvez, isso tenha sido discutido (Musk disse “entre outras coisas”, afinal) e o CEO do Twitter ainda não possa/não queira detalhar esta parte. A esta altura, é perfeitamente válido especular que houve algum problema – a Apple é notoriamente irreversível em suas políticas corporativas e uma de suas normas de publicação é justamente o combate à desinformação. Um dos medos do Twitter sob a liderança de Elon Musk é justamente a proliferação irrestrita de fake news (algo que o próprio Elon Musk é culpado, vide a situação com Paul Pelosi). Pode ser que Musk tenha assumido algum compromisso no intuito de manter a Apple por perto.

Vale lembrar que a questão da publicidade ainda é um ponto pernicioso no Twitter: de acordo com um levantamento do grupo neoliberal Media Matter for America, publicado no último dia 22, mais de 50 dos 100 maiores anunciantes abandonaram ou pausaram suas campanhas na rede social – alguns nomes incluem as operadoras de telefonia móvel AT&T e Verizon, as farmacêuticas Novartis e Pfizer, a rede social LinkedIn, a Meta (dona do Facebook e Instagram), a fabricante de informática HP, o grupo jornalístico CNN e algumas empresas do ramo de alimentação, como os supermercados Whole Foods, a Coca-Cola, a rede de fast-food Chipotle e a fabricante de condimentos Kraft Heinz.

Com tudo o que vem acontecendo, redes sociais menores, mas inspiradas no Twitter, acabaram ganhando tração e alto influxo de usuários – o Mastodon, por exemplo, chegou a sair do ar por alguns instantes e, no Brasil, uma certa plataforma com nome de alto potencial para memes foi de 20 mil para mais de dois milhões de usuários.

via Elon Musk (Twitter) | Media Matter for America

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