Elon Musk tem medo de que o planeta esteja a caminho de uma “Terceira Guerra Mundial” e, por isso, teria desistido de comprar o Twitter, de acordo com representantes da rede social de microblogs. Segundo eles, toda a conversa sobre a empresa esconder números referentes a perfis fakes é somente isso – “conversa”.

Os advogados fizeram a afirmação durante análise das alegações feitas por um ex-funcionário do Twitter – Peiter Zatko -, que disse que a rede social mentiu ao ser questionada sobre seus protocolos de segurança e diligência na eliminação de perfis falsos.

Imagem mostra o bilionário Elon Musk, olhando para o canto da câmera como se suspeitasse de alguma coisa

Elon Musk quase virou dono do Twitter, antes de desistir da compra da rede social alegando que a empresa mentiu na declaração de volume de usuários falsos e bots na plataforma (Imagem: Getty Images/Reprodução)

Imediatamente após as afirmações de Zatko se tornarem públicas, a equipe legal de Elon Musk moveu ação para que seu testemunho fosse adicionado ao atual processo entre o bilionário e a empresa. O Twitter quer a todo custo barrar essa manobra do chefão da Tesla e SpaceX – e foi aí que veio a conversa da “Terceira Guerra Mundial”.

Os advogados do Twitter apontaram os olhos dos juízes para uma mensagem de texto (SMS) que Musk supostamente teria enviado aos seus assessores financeiros na JP Morgan em 3 de maio de 2022, pedindo que as negociações fossem “desaceleradas um pouco” pois “não faria sentido comprar o Twitter com o mundo entrando na Terceira Guerra Mundial”.

De acordo com o representante legal do Twitter, William Savitt:

“Essa é a razão pela qual o Sr. Musk desistiu de comprar o Twitter, essas coisas sobre bots, os mDAUs [sigla em inglês para “usuários ativos diários monetizáveis”] e as afirmações de Zatko são puro pretexto.”

“Pretexto para quê”, você pode se perguntar: bom, contratualmente falando, se Musk desistisse de comprar o Twitter, ele teria que pagar à empresa a multa de US$ 1 bilhão (R$ 5,25 bilhões). O processo é justamente para que a rede reforce essa cláusula na justiça americana – algo que o bilionário quer evitar – ou que ele finalize o andamento da aquisição.

Na última semana, Zatko, ex-chefe de segurança do Twitter, disse que a companhia violou um acordo feito entre ela e a FTC – órgão que regula telecomunicações e internet nos EUA – para ampliar sua política de proteção digital de forma abrangente. Zatko também disse que funcionários sênior usaram de “comunicações desinformativas” que afetavam usuários e membros do comitê de direção, e também que o próprio CEO do Twitter, Parag Agrawal, havia lhe pedido para oferecer documentos falsos com informações não verificáveis de segurança.

Rapidamente, os advogados de Musk intimaram Zatko a falar sob juramento sob suas alegações. O time jurídico do Twitter vem movendo recursos para impedi-lo de ser chamado como testemunha, chamando suas afirmações de “mentirosas”.

Nenhum dos dois lados mencionou isso explicitamente, mas é possível que a tal “terceira guerra” seja uma referência ao conflito armado entre Rússia e Ucrânia. Em fevereiro deste ano, o presidente russo Vladimir Putin autorizou ação militar contra a nação vizinha em resposta a esta sinalizar intenção de ingressar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – liderada pelos Estados Unidos. A guerra entre os dois países envolveu sanções de todos os lados, impactando desde o fornecimento de gás natural até programas espaciais inteiros.

Ao final de tudo, o objetivo do Twitter é forçar Elon Musk – com ou sem Terceira Guerra Mundial – a seguir com a compra da rede social pelo valor acionário de US$ 54,20 (R$ 284,47) por papel. Hoje, o Twitter tem valoração de US$ 38,65 (R$ 202,85) por valor unitário de ação.

via Techspot

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