Das empresas que afirmam ter implementado tecnologia para fins de sustentabilidade, 31% confirmam que são soluções para reduzir ou eliminar resíduos — o que contribui diretamente para a chamada economia circular. Na região, 32% já possuem aportes financeiros voltados especificamente à economia circular.

Isso é o que aponta o estudo “Sustentabilidade na Agenda dos Líderes Latino-Americanos”, realizado pela SAP com mais de 400 empresas, com intuito de estudar investimentos em iniciativas de ESG (do inglês “Environmental, Social and Corporate Governance; ou governança ambiental, social e corporativa em tradução livre) na região. Ao todo, o número de empresas interessadas e com iniciativas do tipo efetivamente implementadas cresceu 26% em 2022.

Ainda de acordo com o estudo, o Brasil é o País da região com maior número de empresas conseguiu implementar estratégias de sustentabilidade: 68%, ou um número 26 pontos percentuais acima do registrado para 2021, quando apenas 42% afirmavam contar com políticas sustentáveis implementadas.

Isto significa que o Brasil tem quase 7 em cada 10 empresas com estratégias de sustentabilidade já implementadas — um marco para a região.

O objetivo maior destes investimentos é “gerar impactos econômicos, ambientais e sociais positivos para o planeta, com foco especial nas áreas de ação climática, economia circular, impactos sociais e relatórios integrados”, afirmou Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, em comunicado.

Quando analisado especificamente o Brasil, o País se destaca por ser o que registrou o maior número de empresas com estratégias de sustentabilidade implementadas: 68% das entrevistadas contam com processos do tipo em funcionamento e 35% das companhias planejam aumentar seus investimentos em sustentabilidade.

A economia circular, nesse contexto, surge como uma das principais iniciativas (e uma das preocupações latentes de usuários comuns também) voltadas à preservação do meio ambiente e ao descarte correto de lixo eletrônico.

Ela, em resumo, é a capacidade de fazer retornável ou reutilizável bens de consumo — o que, para usuários de tecnologia, significa saber aproximadamente quanto tempo de vida duraram os eletrônicos, se podem ser reutilizados ou se o uso dos dispositivos e gadgets pode ser compartilhado ou maximizado.

Reusos: iniciativas individuais e comunitárias para economia circular

Uma ideia bem simples e que contribui diretamente com a economia circular é o compartilhamento e o repasse de produtos eletrônicos e de informática menos usados. Essa é a proposta do aplicativo Reusos — ainda em fase beta, que fomenta iniciativas individuais e comunitárias para a melhor gestão desses itens.

“O aplicativo funciona por meio de ‘tribos’. Assim, é possível ter um grupo de gamers, por exemplo, que compartilham consoles e marcam para jogar juntos, ou trocar itens”, explica Ulisses Campos, criador da plataforma.

“Hoje já temos um grupo de compartilhamento de bicicletas em um condomínio: quem quiser usar o item de um vizinho, marca no aplicativo”, completa o executivo, explicando que futuramente a ideia é inserir a possibilidade de remunerar quem faz o empréstimo, como acontece com sistemas de aluguéis tradicionais.

Outro problema que o Reusos combate é o descarte de itens eletrônicos. Atualmente, o Brasil é o quinto produtor de e-lixo do mundo — também chamado de RAEE, sigla para Resíduos de Aparelhos Eletrônico. A ideia é que quem queira descartar um monitor velho, por exemplo, possa anunciá-lo no aplicativo e parceiros de reciclagem possam ser indicados para recolher e realizar o descarte corretamente.

Segundo o relatório “The Global E-waste Monitor de 2020”, o Brasil gerou mais de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2019, ficando atrás apenas da China (10,1 milhões de toneladas), EUA (6,9 milhões de toneladas), Índia (3,2 milhões de toneladas) e Japão (2,5 milhões de toneladas). Ainda segundo o relatório desenvolvido pela Universidade das Nações Unidas, foram reciclados menos de 3% de e-lixo no Brasil.

Imagem mostra celulares descartados, um tipo comum de lixo eletrônico que a economia circular visa reduzir

Brasil é o quinto produtor de lixo eletrônico global, gerando mais de 2 milhões de toneladas em 2019 – Imagem: andreahuyoff/Pixabay

Os fabricantes já estão de olho na economia circular e empresas como a Samsung já planejam incorporar rotinas de uso em aplicativos como o Smart Things. A ideia é conseguir que o usuário economize energia, faça o aparelho durar mais tempo e possa descartá-lo corretamente quando chegar o fim da vida útil do aparelho.

Outra tendência que cresceu bastante com a crise econômica acarretada pela pandemia foi a compra de produtos Open Box. Este é o termo usado para identificar produtos em perfeitas condições, mas que foram devolvidos por outros clientes e, como a caixa já foi aberta (que é literalmente o que significa “Open Box”, do inglês “Caixa Aberta”), já não é possível considerar o item como novo – ainda que seja, bem… novinho. A maioria dos produtos sequer foi ligada pela primeira vez.

E você, tem novas ideias de como aproveitar ou compartilhar seus eletrônicos? Conte sua história nos comentários —  queremos saber!

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