[Review] Dying Light 2 tenta se reinventar, mas traz mesma fórmula do primeiro
No entanto, isso não é necessariamente ruim e Dying Light 2 tem seu brilho próprioBy - Luiz Nogueira, 4 fevereiro 2022 às 12:30
Em desenvolvimento há sete anos, “Dying Light 2” foi finalmente lançado. O título, produzido pela Techland, mistura elementos de exploração de mundo aberto, com parkour e apocalipse zumbi – e é justamente por isso que o primeiro jogo fez tanto sucesso.
Com o anúncio da continuação, o projeto foi cercado de expectativas. No entanto, algumas delas ficaram só na expectativa mesmo – embora o jogo ainda apresente bons elementos. Confira o que achamos de “Dying Light 2”.
História
O jogo se passa 15 anos depois dos eventos do primeiro e mostra como a ganância de tentar estudar um vírus que parecia controlado foi capaz de infectar o mundo todo . A aventura atual acontece em algum lugar da Europa, em um local chamado apenas de A Cidade.
O local é dividido em quatro distritos, controlador por duas facções, os Pacificadores e os Sobreviventes. Eles estarão presentes em grande parte da aventura.
Aqui, controlamos Aiden Caldwell, um Peregrino – pessoa que viaja o mundo como mensageiro -, que decide embarcar em uma investigação para encontrar sua irmã, Mia, já que ambos foram separados quando ainda eram crianças. É aí que a aventura começa.
A premissa parece bastante simples – e de fato é. Além disso, apesar de apresentar novos elementos narrativos e um novo cenário, é difícil separar este game do anterior. Isso porque ambos são muito parecidos – pelo menos inicialmente.
Foco na narrativa
Uma das principais novidades do jogo é o sistema de escolhas em diálogos e momentos específicos. Isso faz com que o game possa ser moldado de acordo com o as escolhas do jogador.
Um exemplo disso é quando uma das regiões é dominada. O jogador pode escolher se vai entregá-la para os Pacificadores ou Sobreviventes. Dependendo da decisão, o local fica equipado com um tipo de ferramenta para ajudar na exploração de Aiden.
Liberdade de exploração e realização de missões
Assim como no primeiro game, o jogador pode explorar livremente diversos locais. Muitas vezes há itens escondidos que podem ser coletados e servem para criar itens que ajudam na jogatina.
No entanto, o começo pode ser um pouco lento e não oferecer essa liberdade prometida. Isso exige algumas horas de gameplay. Porém, quando o jogador chega em Central Loop, as coisas começam a melhorar.
O ciclo de dia e noite também recebeu diversas mudanças. Agora, os jogadores são encorajados a sair durante a noite para cumprir missões. Os monstros ainda estão presentes e oferecem muitos riscos, mas as coisas se tornaram mais equilibradas e é possível sobreviver mais facilmente.
Missões principais e secundárias
Como todo jogo de mundo aberto, “Dying Light 2” conta com inúmeras missões principais para desenrolar a história. A maioria delas têm o dilema moral sobre qual grupo ajudar, o que impacta diretamente na experiência.
Esse é justamente um dos pontos positivos do novo game. A história se desenrola da maneira que o jogador quiser. A questão é que elas estão melhores que as do primeiro jogo, isso é fato.
Esse é o mesmo caso das missões secundárias. Apesar de algumas serem simplesmente ir do ponto A ao ponto B, outras colocam uma camada a mais na narrativa do game. É isso que faz com que seja interessante fazer essas tarefas – principalmente porque ajudam a melhorar o personagem – antes de avançar na narrativa.
Uso do DualSense
Uma das novas funcionalidades do game é o uso do DualSense do PlayStation 5 – plataforma em que o título foi analisado. Os gatilhos oferecem resistência quando o jogador utiliza armas para ferir inimigos. A vibração também ajuda na hora de abrir trancas e baús com o lockpick.
Porém, como nem tudo é perfeito, a resistência dos gatilhos é a mesma para todas as armas do jogo – o que atrapalha um pouco a imersão que o próprio game propõe.
Melhorias do personagem
Algo vindo diretamente do primeiro jogo – mas que foi aprimorado neste – é o sistema de upgrade do personagem. Realizando tarefas, o jogador recebe experiência que pode ser trocada por melhorias.
No entanto, em alguns casos mais específicos, habilidades mais avançadas exigem que o jogador colete inibidores para destravá-las.
Os equipamentos ainda possuem níveis de força e durabilidade de acordo com a “cor” exibida no menu. Isso faz com que seja necessário ficar de olho no que se carrega, já que algumas armas, por exemplo, podem se quebrar facilmente durante a batalha.
Zumbis
Como era de se esperar de um jogo de zumbis, aqui há muitos e eles devem ser enfrentados a todo o momento. É desesperador enfrentar hordas que se aglomeram e começam a atacar ao mesmo tempo.
Isso faz com que o jogador tenha de saber dosar o momento de atacar e gerenciar a estamina do personagem para não ficar preso no meio de muitos inimigos.
O interessante é que, espalhados pela cidade, há inimigos humanos também, o que faz com que a gameplay seja diferenciada – e seja necessário adotar estratégias diferentes para derrotar cada um.
Porém, uma das coisas que me deixou pensativo foi no uso dos modelos de rosto. É estranho interagir com um NPC específico e, enquanto anda pelas ruas, encontrar a versão zumbi dessa pessoa. Isso mostra que a Techland reaproveitou alguns modelos de rosto nos mortos-vivos.
Embora isso não atrapalhe em nada a experiência, é algo que vale ser citado.
Conclusão
“Dying Light 2” apresenta algumas melhorias significativas em relação ao primeiro game. No entanto, a sensação que fica é que ele funcionaria também como um DLC – aos moldes de “The Following”.
De qualquer forma, é uma boa experiência que oferece doses interessantes de história e momentos de tensão, principalmente em relação às ameaças presentes no mundo.
Se você procura um bom jogo de ação com uma história bem amarrada e que pode ser moldada de acordo com suas escolhas, “Dying Light 2” pode ser interessante, principalmente para os fãs do primeiro, que vão se identificar com as mecânicas logo no começo.
O game está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X. O Nintendo Switch também deve receber uma versão do jogo, embora ele vá rodar no esquema de streaming.
A análise foi realizada a partir de uma versão de PlayStation 5 fornecida pela Techland.
Comentários
Lorran
Amei o texto, melhor redator