Desinformação é eficaz, mas brasileiro é o que menos admite cair em fake news, revela pesquisa
Dentre 10 países participantes do estudo, Brasil também é o que mais desconfia do próprio governo em relação ao temaBy - Liliane Nakagawa, 17 março 2022 às 22:15
Uma pesquisa incluindo 125 mil entrevistados de países como Brasil, Alemanha, China, Espanha, Estados Unidos, França, México, Itália, Reino Unido e Austrália busca entender como a desinformação contamina a sociedade e formas empregadas para lidar com ela no dia a dia.
O estudo da consultoria Oliver Wyman entrevistou pessoas entre 18 e 65 anos, e para 65% desse público, não há esforços necessários de governos e empresas para impedir a fake news.
Dos países considerados na pesquisa, o Brasil é o que mais desconfia do próprio governo em relação ao tema. Em uma escala de 1 (menos confiável) a 5 (mais confiável), a média para a administração Bolsonaro foi de 2,3.
Ao contrário do país canadense, um dos que menos desconfia dos seus líderes nacionais (3,1); Estados Unidos e Itália aparecem em seguida com 2,8; México e França com 2,6; Alemanha com 2,5 e a Espanha com 2,4. “O brasileiro é o que menos confia em seu governo, dentre toda a amostra pesquisada”, conclui a pesquisa.
A desinformação é considerada um problema para 88% dos entrevistados — bem acima da média global (63%). Ela também é motivo de receio entre os brasileiros, 77% dizem temê-la. O que coloca o Brasil no top 3 em companhia de nações como Espanha e México (84%). Entretanto, dos países analisados, a proporção é a menor que admite já ter sido enganada por alguma notícia falsa — 11% em relação aos 32% da média global.
Desinformação eficaz
Apesar de afirmarem não serem iscas fáceis das fake news, “uma porcentagem perturbadoramente alta de entrevistados relatou acreditar em narrativas bizarras”. Ao serem questionados sobre a pandemia:
- 18% responderam ser uma farsa;
- 37% disseram que foi planejada e proposital;
- 12% creem que a vacina contra Covid-19 contém um microchip que permite ao governo rastrear.
Em relação a outras nações, 57% dos chineses acreditam que o vírus foi criado e espalhado propositalmente. Nos demais países, esse índice cai para 40%.
Educação deficitária
A arma mais eficaz contra fake news é saber identificá-las. Dos 932 brasileiros participantes do estudo, 74% afirmam fazer isso rapidamente, enquanto 66% dizem usar técnicas para desmascará-las e 23% contaram que foram ensinados a diferenciá-las.
Os índices apresentados são bem acima da média mundial: 66% afirmam poder identificá-las e 52% têm técnicas para identificá-las.
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