Humanos podem ser imortais até 2030, prevê ex-diretor do Google
Em 22 anos, a IA será tão avançada a ponto de ser uma cópia fiel de humanos, diz KurzweilBy - Liliane Nakagawa, 8 abril 2023 às 17:33
Encontrar a fórmula mágica do elixir da vida ou alcançar a imortalidade foi, e ainda é, uma preocupação na história da ciência. A juventude eterna possibilitada por uma pedra filosofal, perseguida por alquimistas da Idade Média e citada em textos bíblicos, budistas e hinduístas, também foi um dos objetos de fascinação do físico e matemático Isaac Newton, inventor britânico que entrou para a história por lançar as bases da gravitação universal.
Quatro séculos após as tentativas de Newton com a alquimia, no século 17, a humanidade ainda lida com a finitude da vida. No entanto, a imortalidade pode estar bem próxima do que imaginamos, segundo as previsões do ex-diretor de engenharia do Google e futurista Ray Kurzweil, revisitadas recentemente pelo canal Adagio, no YouTube.
Como nos tornaríamos imortais
Esse marco crucial em nosso progresso tecnológico será alcançado até 2030, quando os humanos transcenderão a forma biológica. Kurzweil baseia esta previsão ao observar o crescimento exponencial em vários campos como genética, nanotecnologia e robótica — o que culminará na criação do que ele chama de “nanobots”.
Esses pequenos robôs funcionariam como reparadores do corpo humano, melhorando-o em nível celular e nos tornando efetivamente imunes a doenças, ao envelhecimento e à morte. Os avanços nas interfaces cérebro-computador vão nos permitir carregar nossa consciência de forma digital, alcançando de fato a imortalidade.
Tal avanço, acredita Kurzweil, dará à humanidade a capacidade de alterar a composição biológica à vontade, assim como curar doenças mortais como câncer e ataques cardíacos.
Singularidade: IAs exatamente como humanos
Na obra ‘The Singularity Is Near’ (2005) (’A Singularidade está Próxima’, em tradução livre), o inventor norte-americano argumenta que estamos nos aproximando também de um ponto no tempo conhecido como singularidade, uma transformação profunda e disruptiva da capacidade humana, posterior à situação de imortalidade atingida anteriormente.
De acordo como Kurzweil, ela virá no fim de seis períodos — física, química, DNA e biologia, e inteligência e tecnologia. Segundo a teoria, já passamos por quatro deles, e hoje, a humanidade está no meio da quinta, descrita como tecnologia humana e inteligência humana. Embora ainda não se tenha alcançado a sexta, essa transformação já tem data: 2045.
Neste momento, as IAs alcançarão mentes semelhantes às humanas, cuja capacidade computacional de ambas será igualada, o que dará às inteligências artificiais a possibilidade de desenvolver a complexidade mental e emoções, até então vistas apenas em pessoas.
Junto a capacidade de superar as limitações biológicas, revertendo o envelhecimento e dando supostamente a imortalidade aos humanos, fará com que nos tornemos indistinguíveis da robótica inteligente altamente avançada da singularidade, acredita Kurzweil.
A previsão de que a IA seja tão avançada a ponto de ser uma cópia fiel de humanos pode assustar, dividindo opiniões entre o entusiasmo e ceticismo.
Para Kurzweil, as pessoas não apenas desenvolverão tecnologia para salvaguardar a própria existência, como também aceitarão as habilidades avançadas da IA, semelhantes às humanas.
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