Cocriador do Xbox quer combater assédio online dentro da comunidade gamer
Para executivo, esforços para mitigar casos de assédio em ambientes virtuais exigirá movimentação da indústria e do público gamerBy - Igor Shimabukuro, 22 dezembro 2021 às 15:50
Nos últimos meses, diversos casos de assédio contra mulheres envolvendo estúdios de videogame têm sido reportados. O problema é que estes ataques direcionados continuam sendo reportados também nos espaços online de jogos, o que levou o cocriador do Xbox, Seamus Blackley, a fazer um novo apelo para a comunidade.
O executivo está convocando a Microsoft e o público gamer para discutir sobre o assédio contínuo nos ambientes online. Para ele, “não foi dada a devida atenção ao problema” e os esforços agora “exigirão trabalho em equipe entre jogadores, desenvolvedores e fabricantes de console” para mudar para algo que “já passou da hora”.
“Esse nível de toxicidade realmente disparou à medida que mais pessoas da raça humana ficavam online, e o espírito de ‘somos os pioneiros nisso’ desapareceu totalmente”, afirmou Blackley. “Passou de [algo] ruim para pura maldade nas últimas duas décadas”, completou.
A discussão é levantada dias após a streamer australiana Grenade Queen publicar um vídeo em que dois jogadores homens a assediam durante uma partida de Halo Infinite. Na ocasião, um deles disse a ela para ir jogar Fortnite ou “qualquer outra coisa que garotas fazem”, enquanto o outro a atacou sugerindo que ela ficasse nua na transmissão.
No woman should have to deal with this if they’re having 1 rough game against decent people.. this was only part of it (sound on) pic.twitter.com/A56x1Vs5eS
— Grenade Queen (@GrenadeQueen1) December 19, 2021
Executivo sugere medidas para combater os casos de assédio
Diante do ocorrido, Blackley acredita que o primeiro e mais óbvio passo é que plataformas como Steam e Microsoft precisam “estourar a bolha” e declarar, de maneira clara e explícita, que há um problema e que ele precisa ser resolvido.
O executivo sugere ainda colocar os indivíduos marginalizados em posições de poder para que o conhecimento seja usado para o bem, além de reforçar que as aplicações serão muito mais eficazes se os jogadores não puderem simplesmente abrir uma nova conta aleatória em caso de ban.
Sim, acompanhar novas tendências — como NFTs e formatos play-to-earn — são importantes para manter a sobrevivência no mercado. Mas manter a comunidade gamer longe de assédio, ataques racistas e homofóbicos, talvez seja um dos principais desafios do cenário para que o setor siga em crescimento com um ambiente saudável.
Via: Axios
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