Preocupação com cibersegurança cria um dos mercados mais importantes na área da tecnologia

Nos últimos anos, os crimes cibernéticos estão gerando preocupações em diversos setores, sejam eles públicos ou privados. Segundo um levantamento feito pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) e a McAfee, ataques dessa categoria, que incluem danos e destruição de dados, roubo de propriedades intelectuais e reservas financeiras, dentre outros, geram custos gigantescos ao mundo inteiro, que giram em torno de US$ 600 bilhões por ano, ou 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) global.

Além disso, novos modelos de negócio, como o aumento do trabalho remoto, também têm aquecido o mercado pela procura por profissionais da área de cibersegurança. Não à toa, outra pesquisa, desta vez da Mordor Intelligence, revela que esse mercado foi avaliado em US$ 132,94 bilhões globalmente no ano passado e deve registrar um CAGR (“Taxa de Crescimento Anual Composta” em tradução livre) de 14,5% entre 2022 e 2027.

Dessa forma, não só especialistas do setor de tecnologia que querem se inserir no segmento estão tendo boas oportunidades de emprego, como também iniciantes na área. Em algumas empresas já há times de segurança da informação, divididos de acordo com práticas de desenvolvimento ágil. Nelas, as equipes acompanham toda a jornada de implementação dos softwares de defesa, além da sua própria manutenção, demonstrando uma preocupação constante das lideranças na prevenção contra ataques no meio digital.

Geralmente, a divisão desses grupos é separada por áreas. Um deles ocupa uma posição central, incluindo  macro assuntos como análise, compliance, logística e gestão, e se relacionando diretamente com todos os outros. Há também aqueles responsáveis pela educação e interação, segurança ao código e design da aplicação, sem falar na equipe formada por desenvolvedores e arquitetos. Contudo, os dois times essenciais no que se refere à cibersegurança propriamente dita, normalmente, são fragmentados nas partes ofensivas (time vermelho) e defensivas (time azul).

Imagem: diy13/shutterstock.com

Na primeira, a proposta para os especialistas é atacar a aplicação para expor todas as vulnerabilidades do sistema da empresa; por esse motivo, algumas marcas também investem na criação de um subgrupo derivado desse, que integra táticas de defesa referentes aos resultados obtidos pelos profissionais que simulam os crimes cibernéticos. Já o segundo time tem o papel de defender e antecipar qualquer ataque, tendo a função direta de garantir a segurança da organização, mapeando riscos, controlando danos e respondendo a incidentes operacionais.

O que o mercado de cibersegurança espera dos profissionais da área

Este panorama no mercado de cibersegurança também salienta que, junto do aumento da demanda por mão de obra no segmento, há uma necessidade inerente do profissional chegar na empresa com os devidos conhecimentos na área. Por isso, o crescimento desse setor é acompanhado do aquecimento no ramo educativo, com cursos e bootcamps que ensinam habilidades indispensáveis para atuar na área.

Hoje, a maior parcela desses produtos aborda técnicas para identificar possíveis ameaças nos sistemas das organizações, além de manejar firewalls, criptografia de dados e repelir spywares, vírus, hackers e outros comportamentos suspeitos. Também são mostrados os melhores caminhos para tomar decisões assertivas nos processos relacionados ao tratamento e proteção de arquivos que contêm dados sigilosos, permissões de usuários na rede e o armazenamento de informações.

Outro foco do ramo da educação no segmento tecnológico é o comportamento do colaborador, ligado às chamadas soft skills. Quem cuida da segurança cibernética de uma companhia precisa ser alguém capaz de dialogar com todas as esferas da organização e ainda poder interagir com profissionais e marcas externas, como consultorias e escritórios jurídicos.

Portanto, a cibersegurança possibilita que os interessados na área de tecnologia vislumbrem oportunidades reais e promissoras para as suas carreiras, assim como oferece novos ares aos trabalhadores que já estão inseridos no mercado. Com a ajuda de escolas e empresas de desenvolvimento, a criação e o avanço de novos sistemas e ferramentas deve se intensificar, a partir do momento que mais especialistas supram as altas demandas de vagas com os conhecimentos e habilidades necessárias para os cargos.

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Alexandre Tibechrani é General Manager Americas da Ironhack, escola de tecnologia global em Desenvolvimento Web, UX/UI Design, Data Analytics e Cibersegurança.