Cibersegurança: empresas brasileiras devem ampliar orçamento da área em 2022
De acordo com estudo da PwC, aumento de ameaças cibernéticas é o principal motivo e uma das maiores preocupações de executivosBy - Liliane Nakagawa, 2 dezembro 2021 às 17:54
Pelo menos 83% das organizações brasileiras planejam engordar o orçamento destinado à cibersegurança em 2022. De acordo com a Global Digital Trust Insights Survey 2022, o principal motivo está no aumento de ciberataques, uma das maiores preocupações de tomadores de decisão empresarial do país.
“No Brasil, tanto os CEOs quanto outros altos executivos acreditam que a missão de cibersegurança está mudando e desempenhando um papel importante na construção da confiança e na expansão de seus negócios. Eles agora veem a importância dos dados que têm”, disse Eduardo Batista, parceiro da PwC Brasil.
Ainda, o estudo sugere que 45% dessas empresas estimam aumento de 10% nos investimentos com segurança de dados, comparados com 26% do resto do mundo. Entretanto, a preocupação de líderes em relação à segurança cibernética foi maior em 2020 em relação aos tomadores de decisão pelo mundo – apenas 8% expressaram o mesmo sentimento.
A consultoria ainda levantou que, este ano, metade das empresas pesquisadas alocaram até 10% do seu orçamento destinado à tecnologia para ações ligadas à segurança.
Por outro lado, apesar da previsão de aumento de investimento nessa área, o estudo mostrou que existe carência de entendimento mais sofisticado em torno dos riscos de terceiros e cadeia de fornecimento. No Brasil, os números são melhores que homólogos globais – enquanto cerca de 24% das globais têm pouco ou nenhum entendimento em relação a esse risco específico, 18% das empresas brasileiras já têm percepção nesta frente, tanto em entendimento do risco como em realização de ações.
Cibersegurança e o papel dos líderes
O envolvimento da alta administração em questões cibernéticas divide opiniões entre os executivos até da mesma equipe. Uma porcentagem deles dizem que existe possibilidade de se envolverem caso haja violação da empresa ou se forem contatados por reguladores, enquanto que outros julgam que raramente será o caso.
Para Batista, líderes das empresas devem “assegurar que os riscos sejam monitorados e que o modelo de segurança seja simples, mas eficiente para evitar que estes riscos tragam impactos reais à empresa, tais como o fechamento da operação, perda de lucro e danos à imagem corporativa”.
A pesquisa também revelou que, para 77% dos líderes brasileiros pesquisados, as organizações se tornaram “demasiadamente complexas para proteger”, contra 75% dos executivos estrangeiros que concordam com a dificuldade.
Resultados do estudo
Apesar do aumento no orçamento destinado à segurança cibernética, os resultados sugerem uma possível mudança nesses gastos no Brasil.
Pelo efeito da pandemia, a maioria delas não conseguiu intensificar investimentos nesta frente, segundo um estudo publicado em fevereiro deste ano. Apesar de 30% das empresas pesquisadas terem assistido o aumento nos ataques maliciosos, 84% delas não aumentaram os gastos relacionados à cibersegurança desde março de 2020.
Via ZDNet
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