Gamedevs, tremei: a Capcom está de olho. Em um novo vídeo, divulgado para os seus próprios desenvolvedores e também aqueles profissionais independentes, a publisher japonesa que assina produções como Street Fighter 6, Resident Evil 4 e vários outros jogos avisou um estado de alerta contra modificações – mods – potencialmente ofensivos de seus jogos.

Embora a Capcom não tenha mencionado o caso diretamente, é bem provável que a empresa tenha decidido perseguir a “linha dura” após uma modificação de Street Fighter 6 remover as roupas da personagem Chun-Li, deixando-a completamente nua. A situação ocorreu em meio à realização de um torneio oficial do jogo.

O vídeo acima é, essencialmente, um guia de orientações à futura REX Engine e sua vulnerabilidade para programas de trapaça e como contorná-los por meio de tecnologia proprietária. No entanto, a parte que recortamos marca o início de uma seção dedicada inteiramente a “Outro problema: Mods”, se nos permite parafrasear a mídia.

Tecnicamente, relacionar “mods” e trapaças não é um erro da Capcom: do ponto de vista tecnológico, toda e qualquer ação que altere a programação original de um jogo é reconhecida como um recurso de trapaça. É claro que nem todo mod entra nessa categoria de forma prática, mas pelo fato de ele alterar a natureza comum de um game, o alerta técnico da publisher fica meio que justificado.

Sob a ótica da Capcom, “mods” só deixam de ser classificadas como ferramentas de trapaça quando têm suporte oficial por parte da empresa envolvida na criação de um jogo. Hoje, a Bethesda Game Studios é a mais conhecida a engajar nisso, com seu apoio à comunidade de modificações.

Entretanto, mesmo ela não é livre de problemas: recentemente, a empresa removeu um mod de Starfield que tirava a capacidade de escolha de pronomes neutros do jogo.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, a Capcom acredita que a parcimônia – aliada à análise mais incisiva de seus desenvolvedores – deve coibir a inclusão de modificações potencialmente problemáticas.

“Existem um certo número de mods que são ofensivos à ordem pública e à moral. Quando eles são disseminados, a imagem do produto relacionado a eles é manchada, e a valorização da marca é afetada.” – Capcom

Mais além, a apresentação toca num ponto interessante: a instalação de mods não sancionados pode acarretar em problemas que vão destruir o jogo por completo. Quando o jogador buscar o suporte da publisher, ela vai investigar o que levou ao caso, apenas para informá-lo de que não poderá ajudá-lo pois o mod instalado não era devidamente aprovado pela companhia.

Finalmente, não seria nenhuma ingenuidade sua argumentar que o vídeo da Capcom possa ser o prenúncio de um afastamento da comunidade modificadora – e se isso se confirmar, é bem provável que a publisher vá tomar a decisão de dificultar todas as modificações em suas produções.

Se isso vier a acontecer, nos perguntamos como ficará a comunidade de PC gamers da companhia? Não seria a primeira atitude controversa da companhia neste ano…

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