Fãs do formato antigo de aquisição de filmes e séries para assistir se animaram com um possível retorno da marca Blockbuster ao mercado – até agora, infelizmente, tudo não passa de especulação em cima de uma piada.

Explicando: o perfil da antiga locadora de DVDs e VHSs no Twitter publicou uma postagem sugerindo “uma nova ideia de negócios”, em tom jocoso, no dia 15 deste mês. Pouco tempo depois, fãs descobriram que o site oficial da Blockbuster postou um slogan novo, e a partir daí começaram as dúvidas: estaria a antiga cadeia de locadoras – que já foi a maior do setor global – ensaiando um retorno?

“Nova ideia de negócios: a gente vai voltar como um banco e usaremos VHSs e DVDs como moeda. Hora de ir visitar a sua mãe.”

No site em questão, aliás, há apenas a legenda “Estamos trabalhando em rebobinar o seu filme”.

Obviamente, a marca se mantém em silêncio, mas a julgar apenas por esses dois fatos isolados, é pouco provável que ela retorne aos negócios: uma locadora física, hoje, teria tantas chances de se dar bem quanto…bem, quanto a Blockbuster no fim dos seus dias de vida, e o próprio streaming hoje está tão saturado que até a Netflix está com números diminuindo. Seria um projeto morto antes de começar.

Imagem mostra o logotipo das locadoras Blockbuster, junto do slogan "Estamos trabalhando para rebobinar seu filme"

Imagem: Blockbuster/Reprodução

Nos anos mais recentes, pouca gente vai lembrar da história da Blockbuster, e ao melhor caso de “efeito Mandela”, menos gente ainda lembrará que ela nunca “morreu” de fato: a rede – que já teve mais de mil lojas abertas apenas só nos EUA – tem hoje uma única unidade em funcionamento, localizada em Bend, no estado do Oregon, EUA.

Para aqueles que mal têm idade para tirar um título de eleitor, explicamos: a Blockbuster era a maior empresa de uma era onde o aluguel de filmes e séries era feito em sentido bem literal – você tinha que ir até a loja, sabe, como o astecas faziam antes dessa era de apps de smartphones.

A empresa acabou caindo por terra quando o streaming e a transmissão de mídias por formatos digitais começou a ganhar tração. A Netflix foi a maior rival da marca e, ironicamente, o maior erro também: Reed Hastings fundou a gigante do streaming apenas por despeito – a Blockbuster cobrava US$ 40 (R$ 205,92) de taxa se você devolvesse as fitas depois do prazo ou sem rebobinar e o antigo CEO da então nova empresa queria se livrar disso (Hastings, inclusive, tinha centenas de dólares acumulados em multa).

Anos mais tarde, o próprio Hastings tentaria vender a Netflix à Blockbuster, mas foi prontamente recusado. A cadeia de locadoras passou de um dono para outro e para outro, enquanto a Netflix, bem, virou a Netflix.

Hoje, o mais próximo que temos em vídeo da Blockbuster é uma série de comédia baseada na história de seus dias de glória e de sua queda. É bem agradável, vale citar: Melissa Fumero, a Detetive Amy Santiago de Brooklyn 99, é uma das protagonistas.

E quer saber de uma grande ironia? “Blockbuster”, a série, está em exibição…pela Netflix.

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