Empresa de Jack Dorsey investe em chip para mineração de criptomoedas da Intel
Além da empresa da Block, de Jack Dorsey, a Argo Blockchain já está na fila para o novo hardware da Intel tambémBy - Renata Aquino, 15 fevereiro 2022 às 12:29
A Intel irá produzir um processador específico para máquinas mineradoras de criptomoedas. O novo produto começará a ser vendido ainda este ano. Uma nova divisão chamada de Grupo de Computação Personalizada ficará a cargo da produção. Block, a empresa fundada por Jack Dorsey, é uma das consumidoras do lançamento.
A proposta da empresa é criar hardware acelerador que seja também eficiente em economia de energia. A mineração de criptomoedas costuma ser uma tarefa que gasta muita energia e exige máquinas poderosas.
Intel interessada no metaverso e na Web3
“A tecnologia blockchain tem o potencial de permitir a todos possuir a maioria do conteúdo digital e dos serviços que criam”, afirmou Raja M. Koduri, vice-presidente senior e gerente geral do Grupo de Sistemas de Computação Gráfica e Acelerada, onde ficará a nova divisão. “Ela pode ser descrita como um ponto de mudança na computação, fundamentalmente disruptiva na maneira como armazenamos, processos e negociamos nossos itens digitais quando entramos no metaverso e na web3”.
“Queremos construir tecnologias computacionais em escala zetta para entregar soluções eficientes em energia”, completou Koduri. “O acelerador terá 1000x mais desempenho por watt que as GPUs atuais para mineração SHA-256”. A Intel apresentará os detalhes do hardware no dia 20 de fevereiro, na International Solid State Circuit Conference (ISSCC). A GRIID já havia anunciado que seria também consumidora do produto.
Novo hardware de Intel deverá se chamar Bonanza Mine
A empresa divulgou que os novos processadores serão baseados em ASIC. No plano de negócios da GRIID registrado para a oferta inicial de ações, a empresa afirma que terá três fábricas, com 48 megawatts de potência em cada uma. Como parceiros de negócios estão a Bitmain e a MicroBT, que desenvolverão hardware de mineração com ASIC. Bitmain é a plataforma mais usada para minerar Bitcoin, pois a empresa oferece produtos de silício com design para alta rentabilidade, com a MicroBT em segundo lugar.
Atualmente, tanto MicroBT quanto Bitmain levam muito tempo para minerar e um custo alto pelo uso de sua capacidade de processamento. Com o lançamento da Intel, o custo e o tempo de mineração devem diminuir. Fundições de produção como TSMC não priorizam essas empresas em sua linha de produção, pois são produtos que demandam muito e a previsão de fornecimento é instável. As fundições preferem fornecer produtos para firmas já estabelecidas há mais tempo. Empresas como a Nvidia já possuem placas de vídeo que são ideais para mineração.
Em 8 de setembro de 2021, a GRIID fechou o acordo com a Intel para comprar os processadores Bonanza Mine (BZM2 ASICs). O contrato durará quatro anos e é renovável. O preço do BZM2 ASIC será fixado pela Intel e valerá para os pedidos até maio de 2023. Além disso, a a GRIID poderá ter, pelo menos, 25% da produção de ASICs da Intel até maio de 2025.
O número 2 no nome abreviado do chip pode se referir a uma variação do design, mas a empresa ainda deve revelar mais detalhes. O preço que a GRIID pagará será divulgado após junho de 2023.
O anúncio mostra que a Intel apressa-se para entrar no mercado de hardware para mineração de criptomoedas. O apoio de uma empresa como a Intel para esse mercado pode sinalizar um crescimento ainda mais rápido da produção, com os produtos de 14nm atuais já estando próximos da obsolência.
Nova fábrica da Intel para agilizar fundição
A Intel investirá mais de US$ 20 bilhões para construir duas fábricas de chips em Ohio, no meio-oeste dos EUA. A empresa quer suprir a demanda crescente por semicondutores avançados, com uma nova geração de produtos e aumentar sua capacidade de fornecimento.
As novas fábricas fornecerão suporte para a demanda crescente do novo negócio de fundição da empresa, o Intel Foundry Services (IFS). “Com a IFS, a Intel abre sua fábrica para suprir a demanda de consumidores de fundição de todo o mundo, muitos buscando maior equilíbrio geográfico na cadeia de fornecimento de semicondutores. As fábricas são planejadas para a ‘era Angstrom’ com processos avançados de tecnologia, como o Intel 18A. Estas tecnologias são críticas para diversas aplicações com alto desempenho em computação móvel e inteligência artificial“, afirmou o Dr. Randhir Thakur, presidente da IFS.
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