Câmara dos EUA abre investigação contra práticas trabalhistas da Amazon
Tornado que atingiu a região da estação de entrega da companhia em dezembro passado será o foco das investigações; desastre matou seis pessoas no localBy - Liliane Nakagawa, 1 abril 2022 às 22:29
O Comitê de Supervisão e Reforma, o principal comitê de investigação da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, abriu uma investigação sobre as práticas trabalhistas da Amazon durante eventos climáticos severos, segundo a correspondência enviada ao chefe executivo da companhia, Andy Jassy.
“Estamos preocupados com relatos recentes de que a Amazon pode estar colocando em risco a saúde e a segurança de seus trabalhadores, inclusive exigindo que trabalhem em condições perigosas durante tornados, furacões e outras condições climáticas extremas”, disse a carta, assinada pela presidente do comitê, Carolyn B. Maloney, assim como pelos representantes Cori Bush e Alexandria Ocasio-Cortez.
O foco da investigação será no evento ocorrido em dezembro do ano passado, um tornado que atingiu a estação de entrega da Amazon em Edwardsville, no estado de Illinois, localizado na Região Centro-Oeste do país, matando seis pessoas.
A maioria das pessoas nas instalações eram motoristas subcontratados pela companhia, uma dificuldade que impediu uma resposta às autoridades de quantas pessoas estavam no local. Sem exigência de código de construção, as instalações não tinham uma sala segura para tornado.
De acordo com as mensagens de texto publicadas pela Bloomberg News, ao menos um motorista subcontratado foi avisado para continuar as entregas durante a tempestade. Em defesa, a Amazon alegou que o despachante do subcontratado não seguiu os protocolos de segurança da companhia.
Apesar do Comitê não ter recebido uma resposta até o momento, uma porta-voz da Amazon disse em declaração que o foco da empresa continua sendo apoiar funcionários e parceiros, “e todos aqueles afetados pelos tornados”. “Responderemos a esta carta no devido tempo”, promete.
Condições trabalhistas perigosas impostas pela Amazon
Não é a primeira vez que as práticas trabalhistas da Amazon são alvo de escrutínio. Isso cresce à medida que a companhia tem se tornado um dos maiores empregadores privados dos Estados Unidos, atrás apenas do Walmart. Diretamente, ela emprega 1,1 milhão de funcionários em território estadunidense, além de outros por meio de empreiteiros.
O Comitê solicita à Amazon documentos e comunicações relacionados à forma como ela administrava sua força de trabalho durante vários desastres naturais, incluindo incêndios na Califórnia, uma onda de calor no Noroeste Pacífico e o furacão Irma na Flórida. “Esta investigação informará os esforços legislativos para conter as práticas trabalhistas desleais, fortalecer a proteção dos trabalhadores e tratar dos efeitos da mudança climática sobre a segurança dos trabalhadores”, diz a correspondência.
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