Activision Blizzard enfrenta mais um processo por assédio sexual
Na denúncia, a reclamante pede por compensação pelos danos sofridos, além de reformas estruturais na empresaBy - Tissiane Vicentin, 24 março 2022 às 13:17
Mais uma vez a Activision Blizzard está enfrentando um processo por assédio. Agora, uma mulher entrou com a denúncia em um tribunal de Los Angeles, nos Estados Unidos, alegando que a companhia permitiu a prática de assédio sexual e discriminação.
Além disso, ainda de acordo com a reclamante, ela teria sofrido retaliação quando compartilhou suas experiências em uma coletiva de imprensa, em dezembro de 2021. A identidade da pessoa foi mantida de forma anônima, porque a profissional ainda está trabalhando na empresa, segundo apuração da Bloomberg Law e da Game Developer.
De acordo com o processo, a mulher anônima trabalha na Activision Blizzard desde 2017 como assistente administrativo sênior no departamento de TI e, durante esse período, experimentou o que eles descrevem como uma “cultura de assédio sexual regada a muito álcool”. A reclamante, que hoje trabalha em outro departamento, afirma também ter sido pressionada a tirar fotos e a compartilhar um “segredo embaraçoso” como parte de um jantar de iniciação no seu primeiro dia de trabalho.
Além disso, a funcionária teria sido instruída a tolerar avanços sexuais indesejados, além de ser solicitada a manter suas queixas em sigilo — quanto mais ela falava sobre, mais o ambiente de trabalho se tornava hostil para ela, de acordo com os relatos do processo.
Na ação, a mulher exige como compensação por danos sofridos, que incluem ganhos financeiros perdidos e despesas médicas. Ela também pede reformas estruturais na empresa, incluindo a demissão do CEO Bobby Kotick, a contratação de uma equipe rotativa de recursos humanos a fim de evitar conflitos de interesse, e o uso de uma empresa neutra para investigar os incidentes.
Este novo processo corrobora com as denúncias anteriores de que a Activision Blizzard permitia a prática de má condutas rotineiramente. Em julho passado, a empresa chegou a ser processada pelo estado da Califórnia (EUA), após denúncias que acusavam o estúdio de promover esse ambiente tóxico e extremamente machista para mulheres — o que culminou também, por exemplo, no banimento da empresa para participar no Game Awards de 2021.
O Engadget chegou a entrar em contato com a Activision Blizzard para falar sobre o caso. A empresa comentou que tem tomado medidas prátocas para lidar com reclamações de assédio e discriminação, incluindo: demissão de funcionários, adoção de medidas disciplinares e formação de um comitê para implementar iniciativas antiassédio.
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