[Review] Digimon Survive: história envolvente e combate tático são os destaques
Digimon Survive é um pouco diferente dos jogos anteriores, pois foca mais na narrativaBy - Luiz Nogueira, 5 agosto 2022 às 15:16
À primeira vista, “Digimon Survive” pode trazer a ideia de que se trata de mais um RPG dos conhecidos monstrinhos – como os saudosos da época do primeiro PlayStation. No entanto, não se engane, aqui temos uma das histórias mais tensas – e até com elementos de terror – de toda a franquia.
Quer saber se o jogo vale a pena e se o enredo realmente te prende? O blog KaBuM! testou o game e te conta em detalhes o que esperar.
É importante citar que o jogo não é nenhum título de aventura ou exploração. Ele caminha entre a visual novel e o RPG tático (70% para o primeiro caso e 30% para o segundo). Portanto, fique avisado de que não é um jogo para qualquer um, já que ele traz muito texto e pouca ação.
História
O jogo começa com um flashback de duas crianças sendo atacadas por um Digimon. Os dois então são protegidos por Gabumon e Renamon, que falham em sua tarefa. Como medida desesperada, a menina envia seu irmão menor por um portal de luz enquanto a fica frente a frente com os monstros.
Voltando ao presente, a história começa com um grupo de jovens indo acampar. É a partir disso que somos apresentados ao protagonista, chamado Takuma Momotsuka. Ele, junto de dois amigos, formam um trio inseparável.
No entanto, a aventura não foca apenas neles. O grupo, composto de oito personagens, é apresentado aos poucos, indicando que o jogador vai ter trabalho para se dar bem com alguns deles.
Durante a viagem algo dá errado e, por conta de um terremoto que causa um deslizamento, há uma dificuldade de acesso a um templo que iriam visitar.
O trio citado então decide ir a pé até lá, mas uma barreira policial impede o acesso. É então que eles descobrem, por acaso, que há um outro templo perto dali que é dedicado aos kemonogami, ou divindades selvagens cultuadas/temidas pelos moradores locais.
No caminho, eles acabam encontrando alguns outros personagens que decidem se juntar à jornada e, quando chegam ao local, conhecem Professor, um homem que estuda a história deste local.
No entanto, enquanto conversam, eles escutam um grito e, ao correr ao local de origem, veem uma sombra atacando outros dois personagens, Ryo e Saki. É neste momento que um movimento é sentido e é como se algo gigantesco estivesse se aproximando. O chão então se abre e os personagens caem.
Após acordarem, aparentemente em outro mundo, eles são apresentados a alguns “companheiros”, os Digimon. Takuma será parceiro de Agumon, que já é bastante conhecido pelos fãs de “Digimon”. É a partir disso que a aventura começa.
Mecânicas
Apesar de ser um jogo focado em narrativa, as lutas são importantes para a história. Todas elas têm um propósito no desenrolar dos fatos – embora seja possível participar de lutas livres, em que é pode-se farmar para evoluir os personagens ou coletar outros Digimon.
Há ainda uma das coisas mais interessantes do título que é uma mecânica de karma, em que suas decisões afetam diretamente o desenrolar da história e até as Digievoluções do Agumon. Moral, colérico e harmônico são as opções de resposta disponíveis durante os diálogos e que podem moldar tudo.
Conforme se avança na história, pontos são atribuídos a cada escolha e vão para o karma correspondente e podem modificar a narrativa e transformar completamente a jogatina.
Outro ponto determinante para alguns acontecimentos é o sistema de afinidade que indica o nível de aproximação com os personagens. Conforme se conversa com cada um e responde da forma que eles se sentem bem, é possível mudar a forma como se batalha, por exemplo.
Em um momento de jogatina, conversar com um personagem específico e fazer com que ele fosse mais próximo de Takuma, me deu um boost de ataque durante as batalhas. Portanto, conforme maior a afinidade, mais vantagens é possível ter durante os confrontos. Mesmo assim, vale lembrar que essas vantagens são aleatórias.
Como citado, as Digievoluções também estão presentes. Para os personagens principais, as evoluções não são fixas.
Após a batalha em que se transformam, eles voltam ao estágio inicial de Digievolução, fazendo com que o jogador tenha que escolher a hora certa de evoluir seu personagem. Porém, é importante falar que, apesar da evolução tornar o personagem mais forte, o valor é cobrado do SP do Digimon em cada turno.
Além disso, em algumas áreas do mapa há alguns “glitches” que, usando a câmera do celular dos personagens, é possível revelar o que está escondido. Podem ser itens, equipamentos e até inimigos à espreita.
Batalhas
Como já citado, as batalhas são no esquema tatics e sempre começam com uma condição de vitória e uma derrota.
Caso as coisas fiquem muito difíceis, é possível mudar a dificuldade antes de iniciar o confronto.
Os jogadores andam por “casas” e, dependendo da posição em que o personagem se encontra no tabuleiro, mais dano pode ser infligido ao inimigo, facilitando sua derrota.
Além disso, usar o comando “falar” durante a batalha, também pode oferecer incentivo para os Digimon. É possível conversar com amigos (para incentivo ou cura) e com inimigos (para tentar pedir para ele entrar no grupo ou solicitar um item).
Ambientação
O jogo se passa em vários locais diferentes, embora não seja necessariamente possível andar por todos os lugares livremente, já que o game tem o foco na visual novel.
O mapa é o grande destaque aqui, pois apresenta vários lugares diferentes, com reviravoltas gigantes para a história – e que não vou entrar em detalhes para não dar spoiler para quem ainda não jogou.
No entanto, uma questão que me incomodou um pouco foi a pouca exploração, já que a maior parte do tempo, o game se passa em uma escola que eles estão sediados. Portanto, esqueça a ideia de liberdade de poder ir para qualquer lugar.
Os ambientes são liberados conforme se joga. Tenha em mente que alguns desses lugares não oferecem a opção de voltar em um outro momento. Portanto, esgote as opções de diálogo.
Para ajudar nisso, todos os locais sempre têm uma opção para investigação, que traz a opção de encontrar itens escondidos.
Personagens
Cada personagem tem sua personalidade, o que torna tudo muito interessante. O diferencial aqui é que a relação entre os integrantes do grupo muda conforme o tempo gasto para interagir com cada um.
Apesar de ser uma mecânica, gostaria de citar esse ponto aqui. Há um modo de Ação Livre em que o jogador recebe um número de movimentos limitados que podem ser usados para conversar com personagens à escolha. Essa é a melhor forma de aumentar a afinidade com os outros jovens.
Vale citar que tudo fica bem mais divertido, além de ter uma carga emocional maior, quando os Digimon são inseridos nos diálogos e dão “pitaco” nas conversas entre os jovens.
Conclusão
“Digimon Survive” é uma aventura divertida e bastante diferente dos outros títulos que envolvem esse universo. No entanto, de novo, tenha em mente que se trata de 70% texto e 30% batalhas táticas.
De qualquer forma, o game é altamente recomendado para os fãs ou para quem busca uma história tensa e com elementos sombrios ambientada em um rico universo como o de Digimon.
O game está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e Xbox One.
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