Assange tem permissão para apelar contra extradição aos EUA negada por Suprema Corte britânica
Administração Biden luta para julgar o jornalista em solo estadunidense após WikiLeaks publicar documentos classificados sobre guerras o Afeganistão e IraqueBy - Liliane Nakagawa, 16 março 2022 às 14:33
Em janeiro, Assange havia vencido o primeiro estágio de apelação contra extradição, concedido pelo tribunal de apelação britânico. A decisão dava ao fundador do WikiLeaks chance para recorrer à Suprema Corte britânica contra os esforços do governo norte-americano em levá-lo à julgamento do outro lado do Atlântico. Em uma reviravolta, o pedido de apelação foi negado nesta segunda-feira (14).
Segundo um porta-voz da Suprema Corte Britânica, os juízes seniores recusaram a permissão porque o caso “não levantou um ponto de direito discutível”.
Durante anos, Julian Assange tenta evitar o julgamento no país, que deve acusá-lo de uma série de crimes de espionagem relacionados à publicação de documentos classificados sobre guerras do Afeganistão e Iraque em 2010 e 2011 pelo site WikiLeaks, os quais denunciavam crimes de guerra do governo norte-americano.
As notícias desta segunda-feira não colocam um ponto-final no caso, mas restringem as vias legais do jornalista australiano no Reino Unido. Os advogados de Assange ainda podem tentar levar o caso Tribunal Europeu de Direitos Humanos ou contestar as outras conclusões do juiz original.
Acusação e defesa de Assange
“Extremamente decepcionante”, classificou Barry Pollack, advogado de Assange baseado nos Estados Unidos, sobre a decisão judicial desta segunda. “O Sr. Assange continuará o processo legal lutando contra sua extradição para os Estados Unidos para enfrentar acusações criminais por publicar informações verdadeiras e dignas de notícia”, disse ele.
Já os promotores norte-americanos alegam que Assange ajudou ilegalmente o então analista de inteligência do Exército Bradley Manning a roubar cabos diplomáticos e arquivos militares classificados, publicados posteriormente pelo WikiLeaks, colocando vidas em risco.
A defesa de Assange — apoiadores e advogados — argumenta que ele estava fazendo o trabalho de jornalista, portanto, tem direito à proteção da liberdade de expressão da Primeira Emenda para a publicar documentos que expuseram crimes dos Estados Unidos nas guerras do Iraque e Afeganistão.
Com informações de The Independent
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