Computadores e servidores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizando em Campinas (SP), foram comprometidos em ataque ransomware na noite de sábado (19), e parte dos arquivos foram sequestrados. O centro abriga o superlaboratório de luz síncrotron de 4ª geração Sirius, o acelerador de partículas brasileiro. Segundo informações do CNPEM, parte dos sistemas voltou a operar nesta segunda (21), mas ainda há serviços fora do ar.

De acordo com um comunicado interno do Centro, parte do incidente de segurança foi contido pela equipe de TI, mas mesmo assim vários computadores e servidores foram afetados, bem como as atividades de pesquisa e desenvolvimento dos laboratórios, de acordo com a assessoria de imprensa, estas de forma “não crítica”.

Apesar do ataque cibernético ser do tipo ransomware, confirmado pelo próprio centro, até o momento desta publicação, não houve contato para cobrança de valores em troca da descriptografia dos dados.

Em nota, o CNPEM informou que o Sirius não foi afetado. “A operação e os dados do Sirius foram preservados, devido aos rígidos padrões de segurança adotados pelo Projeto. Dados do Sirius são armazenados na nuvem e seus aceleradores de elétrons e estações de pesquisa utilizam sistemas customizados, desenvolvidos pela equipe do CNPEM e sem acesso à rede”.

CNPEM

O CNPEM é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O centro abriga quatro laboratórios que são referências mundiais, um deles é o Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), que opera o acelerador de partículas brasileiro, o Sirius.

CNPEM, que abriga superlaboratório Sirius, sofre ataque ransomware

Imagem: CNPEM/Divulgação

O superlaboratório permite investigar composição e estrutura da matéria em suas mais variadas formas, com aplicações em praticamente todas as áreas do conhecimento, fornecendo um sofisticado instrumental científico para a realização de centenas de pesquisas acadêmicas e industriais. Em setembro de 2020, o laboratório foi utilizado por pesquisadores para estudar cristais de proteínas do novo coronavírus com objetivo de criar medicamentos para inibir atividades do vírus Sars-Cov-2.

Atualmente, há apenas dois laboratórios de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o Sirius, localizado em Campinas, e o MAX-IV, em Lund, na Suécia.

Via G1

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