Entenda o que a chegada do 5G vai mudar na sua vida
Especialistas contam o que o consumidor pode esperar sobre os primeiros impactos da chegada da tecnologia 5GBy - Renata Aquino, 17 novembro 2021 às 9:57
A chegada do 5G é, em teoria, promessa de uma internet móvel melhor para boa parte do Brasil já a partir do final deste ano. As verdadeiras mudanças em relação ao cenário atual, entretanto, ainda não estão muito claras para a maioria dos usuários. Quer saber o que a quinta geração de banda larga móvel promete mudar na sua vida? O blog KaBuM! explica.
A velocidade do 5G
Sem dúvida, a característica mais aguardada do 5G pelos consumidores é em relação às velocidades de conexão, segundo pesquisa da Ericsson. Enquanto o 4G possuía velocidade de transmissão de dados de até 1 gigabit por segundo, o 5G deve ser “mais de 15 vezes mais rápido”, chegando a 20 Gbps, de acordo com Hélio Oyama, diretor produtos da Qualcomm. “O 5G será uma conexão mais comparável à fibra ótica, dado o grande aumento da velocidade”, diz ele.
“A velocidade do 5G é um ponto que temos tentado destacar bastante, pois a mudança será muito maior do que na transição do 3G para o 4G”, explica Luciana Leite, diretora de marca e comunicação da Ericsson. “O 5G ainda tem uma combinação de características que permitem seu uso e abrangência muito maior”, completa.
“A velocidade do 5G tornará sua aplicabilidade essencial para a indústria 4.0, como a de sensores e robôs no contexto fabril”, afirma Oyama. “As cidades inteligentes poderão crescer ainda mais com maior conectividade para sensores e câmeras inteligentes”, aponta.
Até o contexto pós-pandemia, com aumento da vacinação e volta à normalidade pode ser uma boa oportunidade para a tecnologia 5G. “A tendência é que voltem os eventos com grande número de pessoas gravando vídeo em seus celulares e a conectividade precisará aumentar”, observa o executivo da Qualcomm.
Latência: menor tempo de resposta e mais sentido de conexão
Outra grande diferença, que impactará diretamente os gamers, é a latência. Esta é a quantificação do tempo de resposta em uma determinada conexão. “A latência é conhecida como lag entre os gamers”, explica a executiva da Ericsson.
“A menor latência representa maior confiabilidade e disponibilidade do 5G”, explica Oyama. A nova conectividade passa a ser indicada para usos de missão crítica como carros autônomos e conexões entre robôs.
Cirurgias remotas também passam a ser mais seguras e eficientes com a latência menor do 5G. “Um piscar de olhos e um corte impreciso fazem uma grande diferença em uma cirurgia remota e esse tempo é justamente o tempo da latência que é diminuído com o 5G”, ilustra Luciana, da Ericsson.
Para o consumidor final, a realidade da internet 5G vai ser sentida na palma da mão, especialmente para os gamers. “Quando o consumidor tiver o celular 5G e notar a rede 5G marcada no canto do seu smartphone, notará que seu dispositivo estará mais rápido, principalmente para jogar”, conta ela.
De olho neste mercado, a Qualcomm aposta na estratégia Elite Gaming, em que trabalha com desenvolvedores de jogos para otimização de software para seu hardware. Para o consumidor final, a empresa criou ações promocionais como o campeonato Mobile Battle.
“Os games em dispositivos móveis já ultrapassaram e continuarão a ultrapassar PCs e consoles”, afirma o diretor da Qualcomm. “Por isso, seguimos trabalhando de forma bastante coordenada e cooperativa com os desenvolvedores”, completa. “O Brasil é um mercado extremamente interessante para o segmento gamer, pois é um dos maiores mercados de jogos mobile”, frisa Oyama.
5G para o metaverso e além
E não é só os games que terão vantagens com o 5G e sua baixa latência, a explosão de interesse recente pelo metaverso também está apoiada. “O 5G vai ser fundamental no metaverso pois é um ponto importante nele os dispositivos de realidade virtual e aumentada”, informa Oyama. “A experiência imersiva de realidade mista em um celular com 5G será muito melhor do que a atual”, enfatiza.
“No metaverso, a baixa latência é a chave para uma boa experiência”, indica o diretor. “Quanto mais tempo demora a resposta de algo que acontece no metaverso, maior distância da realidade virtual o usuário sentirá”, enquanto no 5G, “a mudança é que o usuário vai ter mais conteúdo e melhor resolução de imagem”, avisa.
Para a Ericsson, as possibilidades do metaverso serão uma atração. “Será possível realizar atividades em games que atualmente são características dos jogos em consoles e novas experiências em streaming e serviços de realidade virtual e aumentada seguirão”, informa a diretora. “E não vão ser necessários óculos de realidade virtual enormes como antes, com armações de tamanho normal já será possível fazer muita coisa”, conta Leite.
O impacto de 1 milhão de dispositivos inteligentes em 1 quilômetro
A terceira diferença é a quantidade de dispositivos que podem ser conectados simultaneamente em uma rede 5G. Além de aumentar de 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado para mais de 1 milhão, o 5G traz outra característica muito atrativa. Apesar da maior quantidade, a nova tecnologia de banda larga móvel vai consumir menos energia para a quantidade de dispositivos conectada do que no atual 4G.
A maior quantidade de dispositivos tem relação direta com inovações em IoT (Internet das Coisas) e no setor rural. “A agricultura no Brasil é um segmento que será muito beneficiado pelo 5G, seja para o monitoramento de máquinas agrícolas e até no uso de drones”, conta Oyama.
Mas é no interior do Brasil, longe das capitais, que a chegada do 5G pode significar uma verdadeira revolução. “Existe a possibilidade do 5G chegar nos lugares mais remotos pelo próprio formato do leilão que foi feito”, lembra o diretor. “Por não ter sido um leilão arrecadatório, as operadores têm como contrapartida o requerimento de cobrir uma grande área, inclusive a região amazônica e há também a previsão de melhorar a conectividade nas estradas”, acrescenta. “Quando for instalada essa cobertura de 5G para as estradas, rapidamente se converterá em cobertura das cidades rurais adjacentes”, aponta.
“Há uma previsão de ter o interior do país conectado até 2026 na descrição do leilão 5G que ocorreu”, lembra a porta-voz da Ericsson. A primeira implementação do 5G no Brasil aconteceu em 2019, “o Brasil está em um prazo bom de chegada da tecnologia em relação ao resto do mundo”, completa. Até julho de 2022 as capitais brasileiras terão 5G “puro” e as operadoras já terão planos.
O preço do 5G
A quarta e última característica importante para o consumidor sobre o 5G é o custo dos dispositivos e a disponibilidade de infraestrutura. “O Brasil já possui um portfólio bastante abrangente de celulares 5G que estão cada vez mais acessíveis”, segundo o porta-voz da Qualcomm. “Acreditamos que a queda de preço dos smartphones 5G vai ser mais rápida do que na ocasião do lançamento do 4G”, aposta.
“O número de dispositivos 5G no Brasil tem crescido bastante e os preços já estão mais baixos, com smartphones na faixa de R$ 1.000 a R$ 2.000 com a tecnologia”, informa executiva da Ericsson.
Com a entrada de novas empresas no mercado de telefonia após o leilão do 5G, o mercado brasileiro será impactado positivamente. Para a Qualcomm, “é um um aspecto muito bem-vindo a chegada de novidades no mercado pois trará abrangência maior e oferta de mais serviços”.
A entrada de operadoras regionais “acelera o 5G focando em mercados que as operadoras tradicionais possam não ter tanto interesse”. No final as empresas “vão competir e os preços vão ser mais atrativos para o consumidor”, aposta Oyama.
Para a Ericsson, “o 5G vai impactar todos os setores da economia”. “É importante compartilhar o conhecimento sobre o tema e trazer cada vez mais inovações, pois este mercado no Brasil só tende a crescer”, conclui Luciana.
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