Um novo levantamento publicado pela NETSCOUT revelou que o Brasil segue, pela 10ª vez consecutiva, sendo o alvo preferencial de hackers que engajam em ataques cibernéticos na América Latina. O texto, postado no site oficial da empresa de segurança, mostra que nos 785.871 ataques de negação de serviço (DDoS) executados na região, 328.326 – ou 41,78% – foram direcionados para cá.

O número total de ataques representa um aumento de 8% em relação ao segundo semestre de 2022, com preferências específicas para os setores de telecom e comunicações sem fio, como conexões wi-fi, com 33.846 instâncias. Em seguida, o setor de transporte de cargas por caminhões foi alvo 26.005 vezes e, depois dele, a área de processamento de dados, com 19.884 instâncias.

Imagem de uma caveira formada por dados computadorizados, simbolizando ataques DDoS dos quais o Brasil é um dos líderes

Imagem: Profit_Image/Shutterstock

Brasil não é só o atacado, mas também ataca

Outro dado interessante do levantamento da NETSCOUT mostrou que nós também nos tornamos “fonte” dos ataques: dos cinco países a liderarem esta parte do ranking, nós somos o segundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Nós, com 10,3%; eles, com 26,5% (de um total de 7,9 milhões de ataques DDoS no mundo – um aumento de 31% em relação ao mesmo período ano passado).

Os ataques DDoS registrados no levantamento indicam, no entanto, uma baixa rotatividade de endereços de IP. Essencialmente, uma parcela dos hackers insiste em reutilizar estruturas previamente comprometidas. Isso dito, não é como se os hackers deliberadamente usassem apenas as áreas problemáticas: eles alternam zonas de ataque, apenas marcando as mais vulneráveis para eventuais retornos.

Outros dados de interesse:

  • Ataques DDoS ‘carpet bombing’ aumentaram 55%: ‘carpet bombing’ é um termo usado em TI em referência a ataques DDoS direcionados a vários alvos de uma mesma estrutura (ao invés do tradicional direcionamento a uma área específica)
  • Com alta de 353%, ataques ‘DNS Water torture’ se tornam o método mais comum: outro formato de ataque conhecido, trata-se de uma ação onde o hacker “afoga” um sistema de domínio (DNS) com múltiplas requisições de acesso, efetivamente “derrubando” a estrutura frente ao alto volume de processamento.

Fora isso, plataformas governamentais e/ou educativas parecem ter sido a preferência de alvos de hackers durante o período analisado.

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