Sabe quem quer uma sequência para ‘Bully’? O ator por trás do jogo
Gerry Rosenthal, que viveu Jimmy Hopkins – o protagonista de Bully – insiste que publisher traga o título de volta: “as pessoas querem jogá-lo”By - Rafael Arbulu, 23 agosto 2023 às 11:01
O ator norte-americano Gerry Rosenthal é um dos que emprestou a sua voz ao coro de fãs de “Bully”, o jogo que a Rockstar Games disponibilizou lá no longevo ano de 2006. O jogo, que sempre foi alvo de especulações sobre uma sequência, nunca de fato continuou após o primeiro lançamento – apesar do clamor dos fãs.
O apelo de Rosenthal, no entanto, adiciona mais peso a uma súplica já bastante conhecida: foi o ator quem dublou Jimmy Hopkins, o protagonista de Bully. Para ele, o jogo tem uma “querência” especial e significa muito para os fãs da empresa, então a Rockstar deveria considerar a possibilidade. Inclusive, a julgar pelo tuíte do youtuber “SWEGTA” logo abaixo, o ator foi bem enfático:
“Rockstar, please make BULLY 2, for the love of god!
People want to play it.
It means a lot to a lot of people.”– Gerry Rosenthal / Jimmy Hopkins Voice Actor pic.twitter.com/FjfWhzhuhk
— SWEGTA (@SWEGTA) August 22, 2023
“Rockstar, por favor faça ‘Bully 2’, pelo amor de Deus! As pessoas querem jogá-lo. Ele significa muita coisa para muita gente.”
‘Bully’ conta a história de Jimmy Hopkins, um adolescente problemático que, depois de muitas idas e vindas, acaba sendo transferido para o Colégio Bullworth, onde temos, vamos dizer, “a fina nata” da adolescência escolar. A instituição de Ensino Médio é particularmente povoada por vários grupos, de várias naturezas, indo desde os clássicos entusiastas por carros até os jogadores de futebol e suas respectivas líderes de torcida, passando pelos “nerdolas” clássicos.
O jogo colocava você em diversas atividades que lhe permitiam ampliar certos atributos, além de contar com diversos itens colecionáveis e uma narrativa cheia de reviravoltas. Imagine que Grand Theft Auto de repente se visse sem pistolas, e suas armas de repente fossem elásticos atirados pelos dedos nas orelhas alheias e você vai entender.
Conversas sobre uma sequência de Bully nunca passaram da parte de desenvolvimento, mas a existência do projeto é bem real: em algum momento de 2008, o estúdio Mad Doc (responsável pelo que viria ser a edição especial do jogo, Scholarship) foi adquirida pela Rockstar e renomeada “Rockstar New England”. O novo estúdio vinha trabalhando em uma sequência de Bully em paralelo ao seu papel em outros projetos – especificamente, DLCs de GTA IV e Red Dead Redemption.
Segundo ex-funcionários, o time tinha entre 50 e 80 pessoas e o famigerado ‘Bully 2’ teria um mapa mais ou menos do tamanho de GTA Vice City, só que com elementos mais imersivos que aprofundariam a interação e deixariam o jogo mais voltado aos seus personagens – uma diretriz que a Rockstar já vinha tomando com jogos como LA Noire e o próprio GTA IV.
Em 2009, havia até uma demo jogável com duração de mais ou menos seis horas, alinhada aos projetos narrativos da Rockstar Games e que adotaria tecnologias posteriormente vistas em Max Payne 3. Sem dar motivo, no entanto, a Rockstar começou a puxar desenvolvedores do projeto para outras demandas, eventualmente esvaziando a equipe.
Dan Houser, um dos co-fundadores da Rockstar, chegou a ser entrevistado pelo GamaSutra (em uma página há muito offline, mas que graças ao WebArchive, pode ser recuperada em outro site), onde afirmou:
“Ao contrário de muita gente, nós gostamos de dar uma folga entre o fim de um jogo e o começo de sua sequência, para poder esperar pela empolgação ou decepção e tudo o que vem da experiência de um jogo para realmente sabermos o que fazer no próximo. Então nós já sabíamos que não iríamos fazer uma sequência de ‘Bully’ logo de cara mesmo que seja uma propriedade [intelectual] que, assim como ‘Max Payne’, nós adoramos e podemos até voltar à ela no futuro. Simplesmente não havia ímpeto para fazermos isso na hora. Então decidimos: ‘vamos fazer Max Payne e só então veremos o que pode ser feito com ‘Bully’.” – Dan Houser, cofundador da Rockstar
Obviamente, a Rockstar “está vendo o que pode ser feito” até hoje, já que essa entrevista tem mais de 12 anos. Depois, em 2013, o mesmo Houser afirmaria ter “várias ideias” para uma sequência, mas esse seria o último comentário oficial sobre o assunto. Houser deixaria a Rockstar em 2020 para fundar o estúdio Absurd Ventures e juntar-se ao comitê de direção do estúdio Revolving Games, especializado em jogos via blockchain.
A Rockstar – que é sempre avessa a aparecer na mídia – não comentou o pedido de Rosenthal.
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