Sony registra patente que promete ray tracing sem sacrificar desempenho em jogos
O ray tracing permite a simulação quase perfeita de luzes e sombras em tempo real, mas normalmente reduz resolução do jogoBy - Rafael Arbulu, 6 março 2023 às 16:29
Um dos maiores problemas do ray tracing pode vir a ser coisa do passado, caso a Sony leve para frente uma patente recém-registrada por ela (autoria atribuída a Mark Cerny, arquiteto da engenharia do PlayStation 5).
A informação foi vista pelo perfil do GamingNews no Twitter, e vem sendo compartilhada pela mídia especializada: de uma forma absurdamente resumida, trata-se de uma tecnologia que usa shaders para diminuir o tamanho dos raios de luz, consumindo menos processamento quando o ray tracing está acionado durante a partida.
The patent was filed by PS5 architect and Knack creator Mark Cerny, and mentions “System And Method For Accelerated Ray Tracing” and “System And Method For Accelerated Ray Tracing With Asynchronous Operation And Ray Transformation.”#PS5 #PlayStation5 #PlayStation pic.twitter.com/yyjL8SMfRw
— Gamingnews (@Onion00048) February 25, 2022
Shaders são uma série de instruções computadorizadas que “ordenam” a um software calcular efeitos de renderização de uma determinada forma, para uma exibição otimizada em um display. Uma forma pomposa de dizer “gráficos muito bons e muita luz e sombra bem realistas”.
Como já explicamos no passado, o ray tracing é a nova “menina dos olhos” da indústria dos jogos, sendo um carro chefe para equipes de vendas empurrarem produtos que vão desde placas de vídeo até consoles de videogames – o PlayStation 5 e seu concorrente, o Xbox Series S/X, contam com o recurso de fábrica (embora seu uso também dependa do desenvolvimento dos jogos que eles rodam).
Na prática, o ray tracing permite a reprodução realista de contrastes em tempo real: é fácil de saber quando isso acontece – sabe quando você vê uma cinemática (as animações em CGI de um jogo, que você não controla – os “filminhos”, essencialmente) com sombras perfeitas e luz bem parecida com a vida real? Bom, isso é digitalmente construído. O ray tracing é mais ou menos a mesma coisa, mas feita em tempo real, durante o seu controle do jogo.
Jogos como Marvel’s Spider-Man: Miles Morales, Gran Turismo 7, Devil May Cry 5, Deathloop, Forspoken e inúmeros outros contam com suporte ao recurso, em variados graus de resolução.
O problema: porque o ray tracing exige uma quantidade imensa de processamento (haja vista que a exibição desses contrastes ocorre de forma dinâmica, ou seja, quando começa, ela não para mais a não ser que você a desligue), normalmente um sacrifício é exigido em troca: alguns jogos derrubam a taxa de quadros reproduzidos por segundo (fps), enquanto outros começam a pré-renderizar ambientes mais próximos ao invés dos mais distantes. E sim, essas mudanças são bem evidentes aos olhos.
A ideia da Sony, de uma forma prática, é reduzir a amplitude do ray tracing na tela, colocando-a apenas nos pontos mais imediatos e “adiantando-a” conforme você avança por um cenário. Em teoria, isso permite economizar no processamento, que pode ser redirecionado à manutenção de uma resolução visual mais alta.
Dizemos “em teoria” pois, como de praxe, isso é apenas um registro de patente – e isso não necessariamente se converte em um novo produto ou recurso aplicado na prática. Prova disso: a Sony também tem patentes a um joystick especialmente dedicado a jogos pelo smartphone. Até agora, ele não viu a luz do dia.
Naturalmente, a Sony não comentou as informações divulgadas.
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