‘Pele eletrônica’ promete ser o wearable do futuro
Além de medir pressão arterial, temperatura e nível de oxigênio no sangue, pele eletrônica pode melhorar a vida de quem usa prótesesBy - Cesar Schaeffer, 17 dezembro 2022 às 15:40
Em um futuro próximo, além de relógios, sensores e até roupas inteligentes, a próxima tecnologia vestível para controlar nossa saúde deve ser o que estão chamando de e-skins; uma espécie de pele eletrônica extremamente fina e flexível capaz de medir pressão arterial, temperatura e até o nível de oxigênio no sangue dos usuários em tempo real.
Esta é a aposta da engenheira química Zhenan Bao e que com avanços recentes, se aproximam de se tornar um produto comercial. A pele eletrônica, explica ela, teria como missão recriar as muitas funções da pele humana para uso em próteses e também na robótica.
Por exemplo, para pessoas que utilizam membros artificiais, a solução melhoraria imensamente o sentido do tato e, consequentemente, sua qualidade de vida.
Desde 2004, Bao estuda sensores flexíveis na Universidade de Stanford. Em 2010, a engenheira e suas colegas desenvolveram um protótipo tão sensível que podia detectar o toque de uma borboleta pousando.
“Nossos eletrônicos atuais são muito rígidos, quebradiços e volumosos”, diz Bao. “Mas se pudermos torná-los todos parecidos com a pele, isso pode mudar completamente a forma como os humanos interagem com a eletrônica”.
A expectativa é que a invenção possa ser fabricada e testada clinicamente já nos próximos anos. Para isso, Bao ajudou a fundar a PyrAmes, uma startup no Vale do Silício, na Califórnia, que está desenvolvendo desenvolvendo uma faixa macia para ser usada no pulso ou no pé para monitorar a pressão arterial de bebês prematuros em unidades de terapia intensiva. Para aplicações como esta, a eletrônica deve ser extremamente flexível, baseada em polímeros.
A pele eletrônica e o futuro
Bao trabalha em eletrônicos “inspirados na pele” há muito tempo e, desde 2018, atua como presidente do departamento de engenharia química da Universidade de Stanford e também fundou a Stanford Wearable Electronics Initiative (eWEAR), um programa universitário que reúne cientistas que trabalham em materiais, eletrônicos, sistemas, dados e ciências e as conecta com a indústria.
As possíveis aplicações potenciais para a pele eletrônica são muitas, segundo a engenheira. Mas o caminho para a comercialização é longo. Ainda assim, a cientista está determinada a causar impacto em um futuro não muito distante. Sua missão agora é desenvolver eletrônicos que podem beneficiar o diagnóstico médico e os cuidados de saúde a longo prazo – seja na forma de próteses, dispositivos vestíveis ou até mesmo dispositivos implantáveis, como a própria pele eletrônica.
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