Há 10 anos, a King lançava o Candy Crush e, junto com ele, um império se instaurava. O jogo de puzzle inicialmente impactou os usuários em abril de 2012, por meio de uma parceria selada com o Facebook — na época, uma das principais plataformas sociais acessadas por pessoas no mundo.

Foi ali que ele ganhou fôlego e impulso para crescer exponencialmente: à época, a empresa contabilizou 4 milhões de jogadores em poucas semanas. Foi então que, em novembro, a migração para o iOS naturalmente aconteceu.

Ainda hoje, Candy Crush Saga é um dos jogos de maior sucesso no mundo. Essa afirmação ficou evidente em uma entrevista recente com Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming e também chefe da divisão do Xbox, em que o executivo concorda com o entrevistador Nilay Patel, do The Verge: Candy Crush é mais lucrativo que Call of Duty.

A ideia foi reforçada em um relatório divulgado neste ano pela Activision Blizzard, no qual a companhia apresenta lucros relativos ao último trimestre e onde ressalta que a empresa lucrou mais com vendas de jogos para celulares do que com vendas para consoles e PC combinadas.

O documento aponta que os títulos para dispositivos móveis representaram 51% dos ganhos totais da empresa, ou o equivalente a uma receita bruta de US$ 831 milhões.

Diablo Immortal, nesse sentido, chegou a render mais de US$ 100 milhões desde o lançamento. Enquanto o jogo de RPG possui um público fiel e engajado, a maior fatia dessa torta mobile ainda é de responsabilidade da King, que arrecadou US$ 684 milhões no período – grande parte do montante proveniente de Candy Crush.

O sucesso se provou desde sempre e ainda mais com a venda da King para a Activision Blizzard em 2016, pelo valor de US$5,9 bilhões. A sueca também está no pacote que será selado com a compra da Activision pela Microsoft.

Candy Crush: uma década de sucesso

A King, empresa fundada na Suécia, convidou recentemente jornalistas para conhecerem a sede da empresa, em Estocolmo, bem como aprender sobre os bastidores e a ciência por trás do sucesso do game. Uma das explicações seria, por certo, a comunidade criada com o jogo – que permanece fiel até os dias de hoje.

“Quando conversamos com jogadores diariamente, ouvimos diferentes histórias sobre como o Candy Crush se encaixa em suas vidas. Alguns querem jogar de forma mais competitiva, alguns de forma colaborativa, outros jogam para relaxar, alguns por diversão, e um dos grandes desafios para nós é tentar atender todas essas necessidades dentro do mesmo produto”, disse Todd Green, gerente geral de Candy Crush Saga, à GamesIndustry.biz — uma das publicações que participou do encontro.

candycrush

Imagem: divulgação

Green ressaltou que Candy Crush atualmente está crescendo dois dígitos e, mesmo com o aumento de usuários durante a pandemia, ele conta que o número não caiu com as pessoas voltando à normalidade.

“[A pandemia] Foi uma oportunidade para nos reencontrarmos com jogadores, e parece que muitos deles estão aqui para ficar conosco por um longo período de tempo. [Vimos] um interesse renovado em jogar Candy Crush Saga”, completou, ainda em entrevista à publicação.

O mercado de games móveis está definitivamente em uma crescente e, para o jogo, que foi um dos pioneiros e que conseguiu conquistar jogadores de todas as idades, a ampliação de interesse de empresas no mobile é apenas mais um motivo para a King se fortalecer.

Apesar do número de empresas entrantes neste mercado ser cada dia mais alto, a King se mantém na liderança com Candy Crush e um dos motivos, acredita Green, é que o jogo possui uma experiência para o usuário que está em constante atualização, o que resulta em “alimentar continuamente os jogadores com novas experiências dentro de um contexto com o qual eles estão familiarizados”, apontou o executivo.

Green acredita que a mentalidade que eles estabeleceram para o game como sendo um “jogo como um serviço” em vez de “jogo como um produto único”, como o executivo afirma ser comum ao mercado móvel, foi uma das chaves para o sucesso.

Via: GamesIndustry.biz

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