Certamente, a adolescente Sarah Frank, recém-formada em um colégio na Flórida, não tinha a mínima ideia do que estava prestes a fazer quando sentou em frente à câmera para gravar mais um vídeo para o TikTok. Com mais de quatro milhões de visualizações, o inocente vídeo de apenas 56 segundos na rede social arruinou milhares de estudos científicos.

Vídeo de adolescente no TikTok arruina milhares de estudos científicos

Sarah Frank tem mais de 58 mil seguidores no TikTok – Imagem: reprodução

Não, essa não era a ideia. Na gravação, Sarah aparece animada e promete aos seus seguidores revelar uma forma fácil de ganhar dinheiro na internet sem muito esforço. Antes de mostrar o segredo, ela conta que faz, em média, 15 dólares por dia.

O poder do TikTok

Em seguida – o que virou um pesadelo para milhares de cientistas: Sarah vira a câmera para a tela do computador e mostra o site Prolific; segundo a tiktoker, “um monte de pesquisas [para serem respondidas] por diferentes quantias de dinheiro”.

@sarah.frank

i’m excited for this series!! #sidehustles #sarahssidehustles #prolific #makingmoney #sidehustleideas

♬ original sound – Sarah✨???

Pronto, foi o suficiente para destruir uma infinidade de estudos científicos em andamento. Além das mais de quatro milhões de visualizações, o vídeo da Sarah já tem mais de 750 mil curtidas, 1.700 comentários e foi compartilhado mais de 20 mil vezes. “Vá responder pesquisas e fazer algum dinheiro”. Assim ela encerra a gravação publicada no TikTok no dia 23 de julho.

Entenda o estrago

Se você ainda não entendeu o estrago que a Sarah fez “sem querer”, a gente explica. A Prolific é um plataforma online usada para conduzir pesquisas comportamentais, mas o site não tem uma forma de triagem para garantir quem responde cada estudo. E, de repente, do nada, os cientistas viram suas pesquisas inundadas com respostas de jovens mulheres – assim como a Sarah.

Vídeo de adolescente no TikTok arruina milhares de estudos científicos

Sarah é uma escritora também – Imagem: reprodução / Instagram

Até aí, não seria um problema, afinal, são pessoas respondendo pesquisas. A questão é que esses estudos só são válidos quando conseguem amostras representativas de uma população – neste caso, a dos Estados Unidos. E as milhares de adolescentes que seguiram a “dica” da Sarah para fazer uma grana fácil na internet, para desespero dos cientistas, não representam a população dos EUA.

Depois que a Sarah publicou o vídeo, muitos estudos chegaram a dobrar o número de participantes, porém, mais de 75% eram mulheres e a idade média delas, em torno de 21 anos.

A Sarah já pediu desculpas. Ela disse que acredita que a própria Prolific fosse capaz de criar um sistema para lidar com essas mudanças demográficas nas respostas. Infelizmente não tinha; resultado: alguns adolescentes com um dinheiro a mais no bolso e cerca de 4.600 estudos interrompidos – um terço das pesquisas disponíveis na plataforma.

A Prolific reembolsou aqueles pesquisadores cujos estudos foram significativamente afetados pelo aumento no número de mulheres entrevistadas e introduziu novas ferramentas de triagem demográfica – graças à Sarah e seu inocente vídeo no TikTok.

Fonte: The Verge

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