Recentemente, foi anunciado que a TV 3.0 está à caminho do Brasil. Segundo o que foi divulgado, trata-se de um novo padrão de transmissão que tem como objetivo integrar a televisão que já conhecemos com a internet. Porém, muitas dúvidas em relação a isso surgiram, principalmente na questão da troca de equipamentos e em como isso vai mudar a forma como vemos TV.

Pensando nisso, o blog KaBuM! foi atrás de informações para responder essas e outras perguntas sobre a chegada da TV 3.0 ao Brasil – evento previsto para começar em 2024, mas com expansão gradual nos anos seguintes.

O novo sistema de transmissão já está em pleno funcionamento no Japão e na Coreia do Sul, portanto, é possível termos uma base sobre o que esperar quando a novidade chegar por aqui.

Vou precisar trocar de aparelho?

A resposta, infelizmente, é sim. O interessante da TV 3.0, falando de modo geral, é que ela é baseada em aplicativos. Isso quer dizer que o televisor passará a ter uma interface bastante parecida com o que estamos acostumados nos smartphones.

Com isso, a ideia é trazer integração entre o sinal de TV convencional, aplicativos de streaming e outros segmentos. Os telespectadores então poderão trocar facilmente de programação diretamente pela televisão.

TV

Em entrevista ao Telessíntese, Luiz Fausto, coordenador do Módulo Técnico do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, disse que, para que essa integração aconteça, será necessário trocar o equipamento receptor do sinal.

“O projeto da TV 3.0 é uma nova geração tecnológica. E toda mudança nesse sentido, exige novos equipamentos de transmissão e de recepção”, disse Fausto.

No entanto, felizmente, para que os consumidores não precisem imediatamente correr para trocar seus aparelhos, a troca do padrão de transmissão será feita gradualmente.

“O novo sistema vai se expandir aos poucos, primeiramente, pelas capitais, depois para outras localidades. O ciclo da TV é mais lento, porque os investimentos são altos quando comparados aos de algumas tecnologias. Uma das razões é que a cobertura é muito maior e a estrutura é mais robusta”, completa Fausto.

Conteúdo segmentado

Uma das vantagens destacadas para a tecnologia será a possibilidades das emissoras direcionarem conteúdos para diferentes tipos de telespectadores – isso com base em sua localização geográfica.

A ideia é dar mais visibilidade para negócios locais, por exemplo – embora essa iniciativa esteja ligada apenas aos canais de TV aberta, os sistemas de TV por assinatura não devem ser afetados por essa mudança.

Explicando de forma mais simples, essa ideia será possível graças à adoção de um modelo de transmissão chamado Reuso 1, que apresenta taxa de ruído bem próxima de zero.

Com essa poderosa ferramenta em mãos, as emissoras poderão usar a mesma frequência de transmissão para enviar conteúdos diferentes para cada localidade.

Na prática, em cidades volumosas, por exemplo, será possível transmitir comerciais distintos e que condizem com serviços disponíveis naquela região.

Melhorias de transmissão

Assistir conteúdo do celular na TV

Foto: Oleg Magni/Pexels

Para o consumidor que trocar de aparelho para se adequar ao novo sistema, ele poderá usufruir de transmissões de conteúdo 4K – ou 8K em casos específicos; HRD, que já está presente em alguns televisores mas ainda não na TV aberta; e áudio imersivo, que promete oferecer uma experiência única dependendo da programação assistida.

Fase de testes

Por aqui, a TV 3.0 ainda está em fase de testes – período que foi iniciado no meio do ano passado. Atualmente, estamos terminando a Fase 2 e, segundo Fausto, “os resultados foram excelentes, confirmando que estamos na direção certa”.

Agora, a ideia é iniciar a Fase 3, que vai realizar testes para entender como a tecnologia pode ser utilizada da melhor forma na chamada Camada Física – que está ligada aos equipamentos utilizados para transmissão do conteúdo da TV 3.0.

Com tudo finalizado, os resultados obtidos serão enviados para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para que a homologação aconteça antes que o Ministério das Comunicações possa dar sua palavra final sobre a chegada da tecnologia ao Brasil.

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