Rússia vs. Ucrânia, uma guerra também de hackers
Ativistas hackers pró-Ucrânia já somam mais de 300 mil soldados digitais que atacam sites do governo russo, instituições financeiras e meios de comunicaçãoBy - Cesar Schaeffer, 10 março 2022 às 11:49
Verdadeiros soldados digitais. Cada lado tem seus próprios hackers. A guerra da Ucrânia – invadida pela Rússia – vai além dos confrontos armados e se torna cada dia mais um confronto também digital.
Enquanto muitas empresas de tecnologia e até grandes provedores de internet deixam a Rússia, hackers voluntários partem para o ataque em defesa da Ucrânia. Um especialista em segurança cibernética chegou a dizer ao The New York Times que o nível desses hacktivistas é “maluco e sem precedentes”.
Alistamento de hackers
No fim do mês passado, o ministro da transformação digital na Ucrânia Mykhailo Fedorov convocou aspirantes a hacktivistas a se juntarem ao seu exército digital. Hoje, com mais de 300 mil participantes, eles trocam informações diariamente em um grupo no Telegram.
O principal tipo de ataque é o de negação de serviço distribuído, mais conhecido como DDoS; quando sites são inundados com tráfego e solicitações até saírem do ar por não suportar tamanha carga de acesso.
Os alvos dos hackativistas pró Ucrânia incluem sites do governo russo, instituições financeiras e meios de comunicação. O país invadido também tem interesse em divulgar propaganda anti-guerra, mostrando as consequências dos ataques russos e toda devastação e destruição causada pela invasão.
Os riscos do hackativismo exagerado
Por outro lado, há quem também seja contra a retaliação digital – tanto quanto os ataques físicos. Lukasz Olejnik, especialista em segurança cibernética, diz que muitas vezes o hackativismo chega a ser exagerado e traz alguns riscos, como um malware que pode se espalhar além dos alvos russos, impactos não intencionais em civis que não têm nada a ver com a guerra, entre outros.
Do outro lado, além do maior poderio bélico, a Rússia também tem soldados digitais experientes. Recentemente, a Microsoft descobriu que os hackers russos foram responsáveis por 58% de todos os ataques cibernéticos de estados-nação em 2021, principalmente visando os Estados Unidos, o Reino Unido e, claro, a Ucrânia.
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