Táxi aéreo sobrevoa Nova York em primeiro vôo teste da Joby Aviation
Mercado de eVTOL – os veículos de táxi aéreo – deve gerar US$ 1 bilhão em faturamento nos EUA, com 500 unidades produzidasBy - Rafael Arbulu, 14 novembro 2023 às 11:09
Devagar, mas sempre crescendo, o mercado de táxi aéreo vem tomando proporções sólidas nos Estados Unidos. Recentemente, uma das empresas mais proeminentes do setor – a Joby Aviation – conduziu seu primeiro teste de eVTOL (ou “Veículo Elétrico de Decolagem e Pouso Vertical”, na tradução da sigla em inglês) nos céus de Nova York, demonstrando uma potencial rota de tráfego para o serviço, seja lá quando ele fizer sua estreia.
A empresa já vinha conquistando diversos avanços no setor de táxi aéreo, produzindo unidades a partir de sua fábrica na Califórnia, após obter, no ano passado, uma certificação junto a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA quase ao mesmo tempo em que assinou um contrato de fornecimento de veículos do tipo para a Força Aérea, avaliado em US$ 131 milhões (R$ 640,41 milhões).
O vôo foi realizado no último dia 12, com a presença do prefeito da cidade, Eric Adams; e o CEO da Joby, JoeBen Bivert, que mencionou a parceria de sua empresa com a Delta Airlines:
“Ao eletrificar um dos mais famosos helipontos do mundo, Nova York demonstra sua liderança global na adoção do táxi aéreo elétrico. Estamos muito gratos pelo apoio da cidade, e honrados por trabalharmos com parceiros como a Delta para levar nosso serviço de táxi aéreo para este mercado. Nosso plano é o de criar um campo silencioso, livre de emissões e de ótimo custo-benefício para os habitantes da cidade, ao mesmo tempo em que reduzimos o impacto sonoro causado pelo barulho dos helicópteros.” – JoeBen Bivert, CEO da Joby Aviation
Táxi aéreo via eVTOL é um setor de alto potencial
Segundo pesquisas de sites como Statista e Markets and Markets, o campo de veículos elétricos aéreos tem um potencial bastante notável de crescimento. Em 2025 a indústria deve gerar faturamento de US$ 1 bilhão (R$ 4,89 bilhões) globalmente, com 500 unidades de eVTOLs produzidas entre várias empresas.
Entretanto, na década seguinte, já em 2030, esses números sobem exponencialmente, com expectativa de faturamento de US$ 23,4 bilhões (R$ 114,48, bilhões) com 15 mil unidades em trânsito.
O aumento desses números se dá pela crescente adoção de veículos elétricos em todos os terrenos: segundo pesquisa do Laboratório Nacional de Argonne, em 2011, o setor automotivo contava com 55 mil carros movidos a bateria de íon-lítio ao redor do mundo. Em 2021 – apenas 10 anos depois – esse volume saltou para algo perto de 7 milhões de carros.
Com os carros elétricos tornando-se um lugar comum na sociedade, era de se esperar que o próximo passo da indústria fosse o ar: uma das grandes reclamações sobre veículos atuais – como helicópteros – é a geração de som alta demais, ao ponto de ser nociva para a audição humana.
Segundo dados recentes da Universidade de Purdue, o simples pouso de um helicóptero a 30 metros de altura chega à marca de 100 decibéis. O corpo humano tem um “teto” de 70 decibéis, então qualquer número acima disso pode causar danos permanentes em caso de exposições prolongadas ou recorrentes. Em suma: viaje demais com um helicóptero, e você pode ficar surdo.
Entram os eVTOLs, que ao longo de uma viagem a 600 metros de altura – mas incluindo a decolagem e pouso – raramente passam de 45 decibéis.
Há também a questão energética: helicópteros são alimentados pelo mesmo combustível de jatos, feitos com base em óleo e nocivos ao meio ambiente. Já a natureza elétrica dos eVTOLs promete diminuir esse impacto, aliviando o consumo de combustíveis fósseis e a poluição.
Ainda não há uma previsão para que o setor de táxi aéreo se torne uma indústria devidamente posicionada – até o momento, o que existem são testes de várias durações, análises e contextos, mas nenhum “serviço” definitivo e recorrente.
No Brasil, no entanto, há alguns anos, falava-se de uma parceria entre a Gol e a irlandesa Aviolon, que traria o serviço de táxi aéreo popular para São Paulo. Essa parceria, no entanto, ainda não rendeu frutos.
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