Não espere por um ‘PlayStation 6’ antes de 2028
Documentos revelam que próxima geração pode ser impactada pela aquisição da Activision por parte da Microsoft - um acordo de quase US$ 70 bilhõesBy - Rafael Arbulu, 24 novembro 2022 às 11:37
Tanto a Microsoft como a Sony não devem lançar nenhum novo console até pelo menos 2028, de acordo com novos documentos que revelam depoimentos de ambas as empresas à Autoridade de Concorrências e Mercados (CMA) do Reino Unido. Segundo o material, a aquisição da Activision pela Microsoft afetar a chegada de um eventual “PlayStation 6” ou novo Xbox.
Historicamente, ambas as empresas trabalham com uma vida útil média de 10 anos para cada geração de consoles, com novos aparelhos chegando entre seis e oito anos dentro do trabalho dos atuais. O PlayStation 4, por exemplo, já tinha sete anos quando a Sony revelou o PlayStation 5 em junho de 2020. O console foi lançado em novembro do mesmo ano.
Apesar da documentação apontar para a mesma janela de tempo para a próxima geração de consoles, a CMA ressaltou sua preocupação na capacidade da Sony competir, mesmo com um “PlayStation 6”, com a Microsoft após a aquisição, sob argumento de que a manobra tornaria a empresa norte-americana proprietária de franquias como Call of Duty.
“Esse impacto provavelmente será sentido especialmente no lançamento da próxima geração de consoles” – CMA
A Microsoft evidentemente se defendeu da análise da CMA, dizendo que ela é “altamente especulativa” já que a próxima geração do Xbox ou um “PlayStation 6” ainda está “muitos anos à frente”.
“As partes [Microsoft e Activision] não debatem que uma parte dos usuários provavelmente vai reavaliar sua preferência de propriedade de consoles no início de uma nova geração. Mas elas também ressaltam que este é um evento que ocorre aproximadamente uma vez a cada oito anos. Decerto, a nova geração de consoles não tem expectativa de ser lançada antes do outono de 2028 no mais antecipado cenário” – Microsoft
A Sony já mencionou, no passado, um receio de que a Microsoft decida tornar a franquia Call of Duty, de jogos de tiro em primeira pessoa, um produto exclusivo dos consoles Xbox. Segundo a japonesa, a série é tão importante que pode até ser entendida como “o seu próprio gênero”, e por isso, qualquer exclusividade do tipo pode ser considerada ilegal.
Apesar dos receios, a Microsoft já veio a público repetidas vezes negar essa intenção e, em sua declaração mais recente, chegou a afirmar categoricamente que, enquanto houvesse um console PlayStation no mercado, ele teria Call of Duty entre seus jogos – Phil Spencer, chefe global do Xbox, afirmou que a empresa não pretende “puxar o tapete da Sony” com esse assunto.
Foi em janeiro deste ano que a Microsoft anunciou sua intenção de adquirir a Activision – uma das maiores publishers de jogos do mercado global. Segundo a companhia de Redmond, a dona de Call of Duty, World of Warcraft e vários outros jogos importantes aceitou a proposta de aquisição de US$ 68,7 bilhões (R$ 365,35 bilhões) – o maior valor já proposto na história dos jogos e mais de cinco vezes maior que o segundo colocado, que foi a compra da Zynga pela Take-Two Interactive.
Desde então, porém, a Microsoft tem se visto à mesa de vários reguladores econômicos para explicar como uma aquisição desse tamanho não viola termos de concorrência saudável de mercado ao anexar, ao menos teoricamente, as propriedades intelectuais da Activision a uma propriedade exclusiva à fabricante do Xbox.
Além da CMA, a Microsoft também teve que prestar contas ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) no Brasil.
Apesar das menções abertas a um suposto “PlayStation 6”, a Sony não comentou as declarações mais recentes.
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