A partir da meia-noite desta sexta-feira (14), o SAG-AFTRA, o sindicato dos atores dos Estados Unidos, declarou greve geral em Hollywood. Esse movimento se junta a uma greve que já acontece desde maio. Trata-se da paralisação de roteiristas.

As negociações entre o SAG-AFTRA e a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP) foram infrutíferas e, portanto, a greve foi a medida adotada. Na ocasião, a AMPTP disse que fez uma “proposta inovadora de inteligência artificial (IA) que protege as semelhanças digitais dos atores”.

Durante uma coletiva de imprensa, Duncan Crabtree-Ireland, negociador-chefe da SAG-AFTRA, revelou qual foi essa proposta – e esse pode ser o ponto decisivo para a decisão pela greve.

“Essa proposta de IA ‘inovadora’ que eles nos deram ontem propõe que nossos artistas pudessem ser escaneados, receber por um dia de trabalho e suas empresas poderiam usar aquela digitalização pelo resto da eternidade em qualquer projeto que quiserem, sem consentimento e sem compensação”, disse ele.

Em resposta, a AMPTP disse que a alegação é falsa: “a fala da liderança do SAG-AFTRA de que réplicas digitais de atores podem ser usadas perpetuamente sem consentimento ou compensação é falsa. Na verdade, a proposta atual permite apenas que uma empresa use a réplica de um ator no filme para qual ele foi empregado. Qualquer outro uso requer o consentimento do ator e negociações para uso”.

O uso de IA é um caso polêmico em diversos meios. Seja gerando imagens comuns, tirando oportunidades de artistas, até no caso da criação de vídeos falsos, como é o caso dos deepfakes disponíveis na internet.

Regras e implicações da greve

Greve dos atores pode estar prestes a começar em Hollywood

Imagem: Ringo Chiu/Shutterstock.com

Essa, que é a maior paralisação da indústria do entretenimento em 63 anos, conta com diversas regras que devem ser seguidas pelos 160 mil profissionais que deixaram suas atividades.

As principais delas, obviamente, incluem a proibição de assistir às estreias, dar entrevistas, ir a premiações, participar de festivais e promover projetos em qualquer meio de comunicação.

E para vermos como eles levam a sério essas regras, o elenco de Oppenheimer, novo filme de Christopher Nolan, largou o evento de estreia do filme para se juntar à greve.

Foi dito que Robert Downey Jr, Matt Damon, Emily Blunt, Florence Pugh, Kenneth Branagh, Rami Malek e Cillian Murphy saíram do evento para apoiar a causa.

Mas não são só atividades ligadas ao trabalho em si, como atuação e participação de peças publicitárias, os atores não podem fechar acordos ou assinar contratos durante esse período.

Via: The Verge/Deadline/Gizmodo

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