Hoje (15) é o último dia de funcionamento do Documento de Ordem de Crédito (DOC), o sistema de transferência de valores bancários que já foi a principal modalidade para pagamentos durante muitos anos, mas que caiu em extremo desuso após a adoção do mais conveniente PIX.

Você deve lembrar da situação: em maio de 2023, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que o DOC era a sexta das sete modalidades de pagamento mais usadas do Brasil, e que essa “popularidade em queda” fez com que o órgão tomasse a decisão de descontinuá-lo por completo. Pois é, a data final, conforme anunciado pela própria Febraban, é 15 de janeiro de 2024, até as 22h.

Ilustração mostra transferência de dinheiro feita pelo celular, simbolizando o fim de métodos mais antigos, como o DOC

Imagem: Ground Picture/Shutterstock

Segundo o órgão, a partir de hoje, não será mais possível agendar nenhuma operação com DOC, e agendamentos de pagamentos feitos antes disso serão pagos até 29 de fevereiro, quando o sistema que gerencia esse tipo de operação será totalmente encerrado. Junto do DOC, o modal da Transferência Especial de Crédito (TEC) também será descontinuada.

O agora findado formato foi originalmente criado em 1985 como o meio principal de pagamentos de salários e valores a receber dos consumidores brasileiros. Em 2002, ele já vinha perdendo espaço para a Transferência Eletrônica Disponível (TED), que era mais rápida e melhor atendia o sistema bancário da época. Ironicamente, ambos os formatos viriam a perder espaço para o PIX, de novembro de 2020, tanto pela velocidade de transferência como pela limitação de valores e a ausência de tarifas.

Segundo um levantamento feito pela Febraban sobre meios de pagamento com base em dados divulgados pelo Banco Central (BACEN), o DOC somou apenas 18,3 milhões de operações conduzidas em 2023. O número é bastante inferior a outros formatos: os cheques marcaram 125 milhões; o TED, 448 milhões; boletos chegaram a 2,09 bilhões, cartões de crédito e débito empataram em 8,4 bilhões e, finalmente, o mais jovem PIX amealhou 17,6 bilhões, sacramentando-se o favorito dos brasileiros.

Apesar do fim do DOC, a Febraban e o Bacen ainda não se pronunciaram sobre uma eventual morte do TED – até porque este último ainda é bastante usado por algumas empresas para pagamentos de salário ou acordos judiciais, por exemplo.

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