Missão da Nasa para a Lua pode ser adiada até 2027
Auditoria determinou que astronautas da Nasa só pisarão na Lua em 2027 ou depois, devido aos gastos da agência espacialBy - Renata Aquino, 17 novembro 2021 às 15:31
A Nasa divulgou o resultado de uma auditoria que adia, pelo menos, até 2027, projetos de missões com astronautas na Lua.
Apesar dos objetivos dos Estados Unidos de enviar humanos à Lua novamente em 2024, haverá um atraso de vários anos, segundo auditoria da agência espacial norte-americana lançada no último dia 15 de novembro.
Mike Pence, último vice-presidente dos EUA, havia pedido que as missões fossem lançadas em 2024 em um discurso em 2019. A agência inicialmente concordou com este objetivo mas, no último dia 9 de novembro, o administrador Bill Nelson confirmou que a Nasa agora planeja para 2025 ou após essa data. O adiamento foi devido a falta de financiamento.
Auditoria cruel
Agora, uma nova auditoria da agência, do departamento de Inspeção Geral, afirmou que a data de 2025 não será possível. Dado o tempo necessário para desenvolver e testar o Human Landing System (Sistema para Aterrisagem Humana) e os novos trajes espaciais, a projeção é que a agência estenda a data prevista para envio de humanos à Lua de 2024 para “vários anos depois”, de acordo com o relatório da auditoria.
As justificativas para o adiamento atribuem também à pandemia e ao gerenciamento da agência parcelas de responsabilidade. A Nasa interrompeu o trabalho no foguete para a Lua por ter recebido ainda muito menos financiamento do congresso americano do que esperava.
A agência pediu US$ 3,4 bilhões em 2021 para o programa lunar do Sistema de Aterrisagem Humana, mas o congresso destinou apenas US$ 850 milhões. A agência cedeu o contrato ao vencedor de uma licitação, a empresa SpaceX, de Elon Musk, para o desenvolvimento de uma nave por US$ 2,9 bilhões pelos próximos anos.
A auditoria recomendou que a agência desenvolva um calendário mais realista e que considerasse riscos, pois seria possível ter atrasos em potencial para alinhar expectativas com a agenda de desenvolvimento para foguetes, trajes espaciais e outros sistemas.
Responsável pela auditoria, o inspetor geral, Paul K. Martin, recomendou com sua equipe que a Nasa desenvolva uma estimativa de custo para toda a missão Artemis e atualize-a anualmente, e mantenha um registro de custos por missão.
Mas…a Nasa não concorda
Na sua resposta oficial, a agência espacial disse que não concordava com essas duas recomendações.
A Nasa disse ainda que seguirá as regras relacionadas a estimativas de custo e argumentou que a Artemis é uma campanha e “não um programa definido pela agência com um conjunto específico de conteúdos ou um período de tempo”.
A respeito dos custos da missão, a Nasa argumentou em sua resposta ao relatório do inspetor que “não relata, supervisiona ou reporta custos por cada missão pois fazer isto reduziria a transparência contratual para os principais envolvidos”. A agência não explicou na sua resposta quem seriam estes envolvidos.
A Nasa afirmou ainda que detalhar os custos por missão pode levar a ineficiência e pode desencorajar empresas a continuarem investindo, de acordo com sua resposta.
A empresa Blue Origin, de Jeff Bezos (Amazon), registrou protestos formais e um processo contra a Nasa por ter dado à SpaceX o sistema de aterrisagem, mas um juiz julgou o processo improcedente em 4 de novembro.
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