Na última terça-feira (26), a Microsoft divulgou seu balanço financeiro do quarto (e último) trimestre do ano fiscal de 2022, encerrado em junho. Na perspectiva do copo meio cheio, a big tech apresentou crescimento em relação ao período anterior. Mas na visão do copo meio vazio, alguns de seus principais serviços — como Windows e Xbox — começaram a cair.

Falando sobre números, a companhia de Satya Nadella registrou receita de US$ 51,9 bilhões, lucro operacional de US$ 20,5 bilhões e lucro líquido de US$ 16,7 bilhões. Na ponta do lápis, isso significou aumentos de 12%, 2% e 3%, respectivamente.

Mas apesar dos resultados positivos, a Microsoft parece estar muito mais preocupada que satisfeita.

Quedas em Windows e Xbox

Isso porque serviços como Windows e Xbox não tiveram boas performances. Pelo contrário: caíram. A receita do Windows OEM — preço que os fabricantes de PCs pagam à Microsoft para colocar sistema operacional nas máquinas —, por exemplo, apresentou uma queda de 2%.

O resultado foi atribuído ao grande declínio global de remessas de PCs que registrou uma taxa negativa de 13%, de acordo com a Gartner. Vale destacar que esta é a queda mais acentuada dos últimos nove anos, principalmente pelas tensões geopolíticas, inflação e dificuldades enfrentadas na cadeia de suprimentos.

Ainda assim, a receita com o Surface aumentou em 10%, contornando o cenário adversos para o mercado de computadores.

Surface Laptop Go, da Microsoft

Imagem: Divulgação/Microsoft

Outro ponto visto com certa cautela foram as quedas de receita do Xbox com hardware (11%) e conteúdos e serviços (6%). Apesar do Xbox ter registrado seu melhor ano fiscal de todos os tempos em termos de receita (US$ 16,2 bilhões), a receita geral de jogos na Microsoft caiu 7% ano a ano.

Segundo a big tech, o declínio do segmento de serviços deu-se por “menos horas de engajamento e monetização em títulos próprios e de terceiros”. O resultado poderia ser ainda pior, não fosse o crescimento de assinaturas do Xbox Game Pass.

Outros serviços “salvam” Microsoft

Mas se jogos e Windows não estão tão bem assim, o Office está. Os consumidores dos produtos comerciais do serviço aumentaram 9% ano a ano e impulsionaram para uma elevação de receita de 9%. O Microsoft 365 agora está com 59,7 milhões de assinaturas e novos usuários continuam a ser atraídos.

Além disso, receitas com produtos e serviços de nuvem e LinkedIn aumentaram em 22% (ano a ano) e 26%, respectivamente. Os bons números são creditados ao crescimento do Azure e outros serviços cloud (40%) e aos negócios de Soluções de Talentos e Soluções de Marketing da rede social.

Novamente, vale destacar bons feitos pela Microsoft no ano fiscal de 2022. Mas se o objetivo é repetir o crescimento de receitas no próximo período, a big tech talvez tenha de repensar nas estratégias, uma vez que a inflação e outros fatores macroeconômicos trazem cada vez mais incertezas para o futuro.

Via: The Verge

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