Meta bane 7 empresas acusadas de espionagem no Facebook e Instagram
Segundo levantamento da Meta, as contas usadas por essas companhias nas redes sociais acompanhavam a rotina de cerca de 50 mil usuáriosBy - Luiz Nogueira, 17 dezembro 2021 às 13:40
A Meta, empresa que controla o Facebook e Instagram, afirma que baniu de suas plataformas sete empresas que, segundo investigações, usavam as redes para espionar cerca de 50 mil alvos – que incluem ativistas de direitos humanos, famosos, jornalistas e até pessoas comuns de mais de 100 países.
Essas empresas se escondiam atrás de 1.500 contas usadas para coletar informações sobre esses alvos – além de tentar enganá-los para instalar spyware nos dispositivos dessas pessoas.
“Cada um desses atores depende de contas falsas em nossas plataformas que são usadas para enganar usuários”, disse Nathaniel Gleicher, chefe de política de segurança da Meta. Ainda segundo ele, o objetivo é “espionar pessoas ou bisbilhotar sem que elas saibam”.
A equipe de Gleicher passou meses investigando as atividades de vigilância antes de tomar medidas contra essas sete empresas pela violação dos padrões e termos de serviço da comunidade da Meta.
A empresa revelou que quatro dessas companhias espiãs estavam sediadas em Israel, enquanto outras três foram rastreadas na China, Índia e Macedônia do Norte.
Dentre elas, está a Black Cube, um grupo de inteligência baseado em Israel. Segundo a Meta, o esquema incluiu a criação de contas falsas se passando por estudantes de pós-graduação, ativistas de direitos humanos e produtores de cinema e TV para tentar obter endereços de e-mail de diversos alvos.
Em um comunicado à NPR, o Black Cube disse que “não realiza nenhum tipo de phishing ou hacking e não opera no mundo cibernético”.
A Meta também apontou contas conectadas a “uma entidade não identificada na China” que fabricava ferramentas usadas pelas autoridades chinesas para espionar grupos minoritários em Xinjiang, Mianmar e Hong Kong.
Com o objetivo de tentar impedir a ação desses agentes, a Meta baniu as empresas de suas plataformas, removeu as contas vinculadas a elas e enviou avisos solicitando que desistam da prática. Para quem era alvo dessas contas, a companhia começou a enviar avisos sobre o caso.
Por fim, a Meta não conseguiu determinar quem contratou essas empresas. No entanto, foi capaz de ligar esses agentes a governos, escritórios de advocacia e indivíduos comuns. “Qualquer pessoa pode contratar uma dessas empresas”, disse Gleicher.
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