Liderança: não há receita de bolo, mas saber cuidar de pessoas é imperativo
Convidamos algumas executivas, especialistas de diferentes áreas, para falar sobre tecnologia, tendências, desafios de negócio e liderança; esta é a parte III do especialBy - Tissiane Vicentin, 10 março 2022 às 16:29
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), o blog KaBuM! convidou executivas para falar sobre quatro temas: Tendências, Desafios das empresas, Liderança e Tecnologia. Esta é a terceira publicação da série de entrevistas que começaram nesta terça-feira comemorativa e se encerram na sexta-feira (11), com a parte 4 do Especial.
O assunto da vez é: Liderança. Se perdeu os primeiros papos sobre tendências e desafios de negócio, corre para ler:
- Tendências em TI: segurança, IA, privacidade são algumas das apostas
- O desafio é reter talentos: quando a tecnologia ajuda, mas não é o centro
O que faz uma boa liderança?
Falamos anteriormente, no texto sobre desafios das empresas, da importância de desenvolver estratégias para não apenas atrair talentos, mas também retê-los, bem como sobre como a tecnologia pode se envolver no processo — que é muito mais humano do que digital.
Agora, nada mais justo do que falar sobre liderança, peça-chave quando se pensa em gestão de pessoas e de empresas.
Mas, como bem definiu Ana Flávia Bello, CEO LATAM da CoSafe, não há uma “receita pronta para ser um bom líder”. A liderança requer habilidades desenvolvidas por experiência, erros e acertos, portanto, definitivamente não há um padrão a ser seguido.
No entanto, pode-se citar características que podem ser amplificadas ou aprendidas e que podem tornar o ambiente mais dinâmico, produtivo e saudável para todos — dos liderados à própria liderança — o que, no fim, trará resultados positivos também aos negócios.
Respeito é a base. “Sempre vamos errar em algum momento, porque gestores também são falíveis, mas quando existe uma base de confiança mútua e respeito na relação, conseguimos superar os desafios e transformá-los em grandes conquistas para o time e para a organização para a qual dedicamos nosso trabalho”, opina Ana Flávia.
Guta Tolmasquim, fundadora e CEO da Purple Metrics, concorda que não há receita, afinal, “obviamente, cada pessoa tem características únicas”, mas há similaridades positivas em todos os líderes.
Como esses pontos essenciais que a liderança pode ter e desenvolver, a executiva cita o saber ouvir feebacks — não apenas o que é falado, mas também os implícitos —, bem como saber fornecê-los de forma que as pessoas possam evoluir a partir disso de forma saudável e sustentável.
Além de saber construir uma cultura forte, conseguindo “deixar nítido os valores [do negócio], que lidere pelo exemplo e conscientemente molde a cultura a todo momento”, explica.
Para ela também é essencial saber comunicar a visão do negócio, para não deixar o time “enfiado nas tarefas do dia a dia”, sem entender para onde estão caminhando. E isso vai ao encontro de outra característica que ela classifica como difícil de dosar: entender a medida da autonomia.
“A pessoa na liderança não pode ‘largar’ o funcionário, se não ele entra em pânico, mas também não se pode tomar todas as decisões por ele. É preciso saber apontar o caminho, para que a pessoa ande na direção correta, mas dar autonomia”.
E, por fim, “ser alguém que consegue manter a sanidade mental do time“, seja por contextos que afetam diretamente o andamento de trabalhos, ou casos fora do nosso controle, como a própria pandemia, guerras, ou mesmo a morte de um familiar.
Essa capacidade de cuidar das pessoas é também o que Mariana Dias, CEO e fundadora da Gupy ,considera um fator essencial da boa liderança, além de saber “desenvolver e inspirar pessoas, e incentivar que essas pessoas cuidadas, desenvolvidas e inspiradas também façam o mesmo com outras pessoas — seja em um próximo passo de liderança, ou lidando com clientes ou prospects, independentemente do tipo de relacionamento“, observa. É assim que a executiva acredita ser possível criar um ciclo virtuoso, sólido e contínuo.
Um líder, hoje, vai muito além daquela antiga visão limitada ao estereótipo de “chefe”, que era apenas responsável por definir metas e encarregados, como resume bem a frase do escritor John Calvin Maxwell: “Liderança não é sobre títulos, cargos ou hierarquias. Trata-se de uma vida que influencia outra”.
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