Lasers no espaço estão prontos revolucionar a internet mundial
SpaceX e Amazon lideram a corrida da internet espacial com satélites que se comunicam via laser e prometem melhorar a internet em todo o mundoBy - Cesar Schaeffer, 20 dezembro 2023 às 12:41
Quase uma guerra nas estrelas, com milhares de lasers cortando a órbita baixa da Terra. Uma “batalha” inofensiva que certamente não machucará ninguém, mas pode revolucionar a internet mundial. E esse é só o começo de uma nova história que começa a ser escrita com luz…
Recentemente, a Amazon anunciou que dois de seus protótipos de satélites de internet equipados com lasers infravermelhos transferiram dados a incríveis 100 gigabits por segundo a uma distância de quase 1.000 quilômetros.
Por enquanto foram apenas dois, mas a empresa afirma que a constelação do Project Kuiper, que pretende criar uma malha de satélites de alta velocidade para oferecer conectividade de banda larga em todo o mundo, terá, ao todo, 3.226 satélites equipados com laser.
A SpaceX já está testando esses links ópticos há quase um ano também com a Starlink, seu serviço de internet via satélite disponível inclusive no Brasil. A empresa afirma ter mais de 8.000 lasers espaciais em sua mais nova geração de satélites.
O grande desafio agora, não somente para a Amazon e para a SpaceX, mas para todas as empresas nessa corrida da internet especial, está na construção da primeira constelação completa de satélites equipados com laser capaz de competir com o 5G e as fibras ópticas terrestres em termos de qualidade e, principalmente, preço.
Por que raios laser?
Em comparação com as ondas de rádio, que também transmitem dados no espaço, por trabalhar em uma frequência muito mais alta, o laser oferece uma largura de banda muito mais alta; ou seja, mais velocidade. Além disso, o laser consegue concentrar mais dados em um feixe de luz estreito, aumentando a segurança e reduzindo a necessidade de energia para cada transmissão.
No futuro, o resultado de diversas constelações de satélites equipados com laser na órbita baixa da Terra pode ser uma melhora significativa da cobertura da internet em toda a Terra, principalmente em áreas remotas e até sobre o oceano. Uma solução ainda mais rápida do que os atuais cabos submarinos utilizados para interligar continentes.
Claro, há desafios a serem vencidos antes dessa “nova realidade” chegar de forma mais sólida. Apontar um feixe de luz a milhares de quilômetros, entre satélites que se movem a milhares de quilômetros por hora em diferentes direções, não é nada simples. Isso sem contar com a interferência das nuvens que podem bloquear os sinais a laser e também que, hoje, os terminais a laser ainda são muito mais caros que os transmissores e receptores de rádio.
O futuro da internet
Toda essa história de transmissão de dados entre satélites usando laser começou em 2001. Desde então, muita coisa aconteceu e evoluiu. A verdade é que, finalmente, essa tecnologia está finalmente pronta para ser comercializada.
A expectativa é que essas constelações de satélites permitam que não só usuários de regiões remotas possam se conectar à internet, mas também que navios sejam rastreados em alto mar governos tenham comunicações seguras de alta qualidade.
A Starlink segue em constante evolução, com novos satélites sendo lançados o tempo todo. O Projetc Kuiper, da Amazon, deve iniciar uma implantação em grande escala no primeiro semestre de 2024, com satélites suficientes para iniciar os primeiros pilotos de clientes na segunda metade do ano que vem.
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