Julian Assange poderá ser extraditado para os EUA, sentencia tribunal britânico
Advogados de Assange prometem apelar da decisão, organizações de direitos humanos protestaram contra o processoBy - Renata Aquino, 10 dezembro 2021 às 14:49
O Supremo Tribunal do Reino Unido aprovou o envio de Julian Assange para os EUA. A decisão reverte outra sentença anterior que bloqueava a extradição para proteger a vida do denunciante fundador do Wikileaks. A prisão nos Estados Unidos, dizia a sentença anterior, poderia ameaçar a saúde mental e traria grande risco de suicídio do réu.
O governo americano apelou da decisão afirmando que o réu seria bem tratado e tratamentos de saúde estariam assegurados. Informou que Assange não estaria em uma penitenciária de segurança máxima antes do julgamento e caso condenado, exceto se o réu cometer ato futuro que possa torná-lo responsável por tais condições de detenção. Garantiram ainda que o réu poderia vir a cumprir a pena final no seu país de nascença, a Austrália, caso deseje.
Assange pode ser alvo militar do governo americano
A noiva de Assange, Stella Morris, deu várias entrevistas confirmando que apelariam da decisão. Ela disse ainda que a decisão foi injusta e que o governo americano havia planejado matar o denunciante. Em 2017, um vazamento de documentos do governo Trump mostrou que, junto com a CIA, era planejada a possibilidade de sequestrar e assassinar o réu.
Assange foi indiciado por promotores americanos em 18 acusações, incluindo 17 queixas de espionagem e uma de mau uso de computador. Ele é acusado de conspirar para hackear os computadores militares americanos para publicar documentos confidenciais militares e diplomáticos no Wikileaks. A condenação poderia levá-lo ao máximo de 175 anos de prisão, mas o governo americano afirma que a sentença real será de quatro a seis anos.
As revelações traziam erros nas guerras contra o Iraque e o Afeganistão. Entre elas, um vídeo que foi chamado de “Assassinato Colateral”, em que um helicóptero americano mata um grupo de civis em Baghdad incluindo dois jornalistas da Reuters. Grupos como Repórteres Sem Fronteiras, Anistia Internacional e a Fundação Coragem pediram que o governo americano cesse a perseguição do denunciante e que seu trabalho seria jornalismo.
Via The Verge
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