Companhias começam a substituir funcionários por ChatGPT
Mesmo sob avisos de que não se deve confiar nele para "nada importante"By - Liliane Nakagawa, 19 março 2023 às 10:02
Desde que o ChatGPT foi lançado, em novembro do ano passado, há muita empolgação em torno da IA Generativa. Os números de crescimento histórico do chatbot não só surpreendem, mas têm ditado importantes decisões comerciais nas empresas.
Embora os avisos sejam claros de que não se deve confiar nele para “nada importante”, quase metade das empresas entrevistadas pela plataforma de criação de currículos ResumeBuilder.com correram para implementar o ChatGPT, com metade deste grupo tendo substituído trabalhadores pelo chatbot, antes mesmo da OpenAI anunciar a versão estável da ferramenta.
“Há muita empolgação com relação ao uso de ChatGPT”, diz Stacie Haller, assessora de carreira da ResumeBuilder.com, em uma declaração. “Uma vez que esta nova tecnologia tem ficado mais presente no ambiente de trabalho, os funcionários certamente vão precisar pensar em como ela poderá afetar as responsabilidades de seu trabalho atual”. De acordo com a pesquisa, os empregadores estão procurando racionalizar algumas responsabilidades do trabalho usando a IA conversacional.
Diversas áreas foram impactadas com a substituição dos trabalhadores, como programadores (66%), redatores e criadores de conteúdo (58%), suporte ao cliente (57%) e secretárias incumbidas de resumir reuniões e outros documentos (52%), contam os líderes dessas empresas.
O RH também foi afetado, sendo que no processo de contratação, 77% das empresas utilizam o ChatGPT para fazer praticamente quase todo o processo, desde escrever descrições de cargo, redigir requisições de entrevistas (66%) e responder solicitações (65%).
“Em geral, a maioria dos líderes empresariais estão impressionados com o trabalho do ChatGPT”, escreveu o ResumeBuilder.com em um comunicado à imprensa. “55% dizem que a qualidade do trabalho produzido pelo ChatGPT é ‘excelente,’ enquanto 34% dizem que é ‘muito bom'”.
Problemas com o ChatGPT
Embora os líderes estejam bem otimistas em relação à IA, ela também coleciona críticas, incluindo plágio, preconceito racista e sexista, além de desinformação — a maioria dos problemas relacionados ao treinamento.
No entanto, o foco em rentabilidade e corte nos custos parece desprezar tais perigos e avisos, como do CEO da OpenAI, Sam Altman, que advertiu sobre o produto criado não ser confiável para “nada importante”.
ChatGPT is incredibly limited, but good enough at some things to create a misleading impression of greatness.
it's a mistake to be relying on it for anything important right now. it’s a preview of progress; we have lots of work to do on robustness and truthfulness.
— Sam Altman (@sama) December 11, 2022
Em uma thread recente no Twitter, ele expressou preocupação com os perigos relacionados à tecnologia de IA – e as iterações que virão a seguir – tal como as preocupações de como as pessoas do futuro nos veriam.
we also need enough time for our institutions to figure out what to do. regulation will be critical and will take time to figure out; although current-generation AI tools aren’t very scary, i think we are potentially not that far away from potentially scary ones.
— Sam Altman (@sama) February 19, 2023
Para aqueles que tentam visualizar um futuro, Haller adianta que “como com todas as novas tecnologias, o uso de ChatGPT pelas empresas estará em contínua evolução, e estamos apenas no início”.
“O modelo econômico para o uso do ChatGPT também está evoluindo”, ela continua. “Será interessante ver como isso acontece em termos de economia, assim como a reordenamento de certos empregos dentro das empresas”.
Quase 100% das empresas que fizeram a substituição de funcionários disseram ter economizado dinheiro usando o ChatGPT, com 48% afirmando ter economizado mais de US%0 mil e 11% chegando a mais de US$ 100 mil.
Das empresas entrevistadas que usam chatbot, 93% dizem que planejam expandir o uso do ChatGPT, e 90% dos executivos dizem que a experiência do ChatGPT é benéfica para quem procura emprego – caso ainda ele não o tenha substituído.
Via Fortune
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