Escassez de chips irá durar até 2º semestre, afirma Departamento de Comércio dos EUA
Segundo relatório oficial liberado pela agência governamental, os próximos seis meses devem ser desafiadoresBy - Tissiane Vicentin, 26 janeiro 2022 às 20:41
Os próximos seis meses devem reservar muitos desafios para o mercado. Segundo informações de um relatório divulgado pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos (DOC), a escassez de chips deve continuar até ao menos o segundo semestre de 2022.
O relatório contém informações de uma análise iniciada em setembro de 2021, onde o departamento solicitou às fornecedoras do mercado a coletar de dados a fim de entender o estado atual da falta de componentes global e os impactos que podemos esperar para os próximos meses.
Dentre os fatores que agravam a situação da escassez, o relatório aponta para:
- Uma demanda crescente por chips, que foi impulsionada por influência direta no aumento de casos de Covid-19 no mundo e todos os desdobramentos trazidos pela pandemia que ocasionaram no aumento das vendas de produtos eletrônicos;
Inclusive, vale citar aqui uma pesquisa recente realizada pela Canalys, a qual aponta que foram vendidos mais de 340 milhões de PCs no ano passado e, mais do que isso: esse foi o melhor resultado registrado para vendas desses equipamentos desde 2012.
- E a situação só piorou por conta de uma demanda reprimida desde 2020;
- Fora isso, houve também a influência de desastres como incêndios em fábricas, tempestades de inverno, e falta de energia — todos com impacto direto na produção.
Dentre as indústrias que mais foram afetadas no mercado pela falta de semicondutores foram: fabricação automotiva, dispositivos médicos e hardware para infraestrutura de rede.
Impactos e expectativas da escassez de chips no mercado
A previsão oficial do departamento apenas confirma, com base em dados, que a previsão é de que a escassez irá durar até meados do segundo semestre, que é quando espera-se também que alguns dos investimentos anunciados anteriormente que devem auxiliar na recuperação da produção comecem a, de fato, serem colocadas para rodar.
O relatório ressalta que as fábricas de semicondutores existentes hoje estão operando com mais de 90% da capacidade desde o segundo trimestre de 2020.
Considerando que a operação em tempos não pandêmicos é de abaixo de 80%, na comparação entre 2020 e o início de 2019, as fábricas hoje estão com uma produção bastante alta.
Vale lembrar que, mesmo que a expectativa seja negativa, ela não foge do que grandes empresas da TI do mercado já haviam divulgado em termos de expectativas para uma demora considerável na retomada.
TM Roh, presidente da Samsung Mobile, já havia compartilhado com a imprensa no ano passado que a expectativa da empresa era de a escassez de chips durar até pelo menos a 2ª metade de 2022.
Já o CEO da Intel, Pat Gelsinger, foi ainda mais conservador e afirmou acreditar que a escassez de semicondutores se estenderia até 2023 — isso sendo positivo.
O único que, à época, teve uma visão mais positiva foi Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, que chegou a afirmar que o problema está “diminuindo” e que a situação deve melhorar neste ano — o que é um ponto a favor, visto que a Qualcomm é uma das principais fornecedoras do mercado.
Via: ZDNet
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