Banco Central trabalha em moeda virtual brasileira para 2022
A ideia do Banco Central é oferecer uma extensão do sistema financeiro atual e a integração com opções de pagamento de outros paísesBy - Luiz Nogueira, 6 dezembro 2021 às 9:19
Como forma de ir além do Pix e oferecer mais opções de pagamento para os consumidores brasileiros no ambiente online sem usar dinheiro físico, o Banco Central trabalha em uma moeda digital própria que, tudo indica, pode ser chamada de real digital.
A instituição apresentou a ideia e disse que vai começar um laboratório para testar tanto sua utilização quanto a capacidade de execução da iniciativa. Os primeiros testes envolvendo o real digital devem começar em meados do final de 2022.
O objetivo do Banco Central com a nova moeda, que funcionará como uma extensão do sistema financeiro que o Brasil tem hoje, é favorecer a integração com sistemas de pagamento de outros países. Isso, em teoria, deve permitir oferecer compras em mercados internacionais com conversão imediata, que não dependem de fatores externos para serem concluídas.
No entanto, apesar de o BC contar com uma estrutura já definida para o projeto, ainda há alguns fatores a serem considerados antes de sua implementação. Além dos resultados dos testes, que devem demorar bem mais que os do Pix, há uma série de preocupações com a segurança dos consumidores que devem estender essa etapa.
Outro detalhe é que, diferentemente das cédulas convencionais, a moeda virtual seria armazenada exclusivamente em carteiras digitais de instituições financeiras e teria uso exclusivo em operações online.
Tecnologia de base
Para gerar essa moeda virtual, é necessário uma tecnologia já ativa, como é o caso do blockchain – utilizado como base para a maioria das criptomoedas. Apesar disso, a opção exata de tecnologia a ser usada no projeto ainda não foi definida pelo Banco Central.
A questão aqui é que, diferentemente de um token convencional, o real digital seria totalmente controlado pelo BC, sendo reconhecido como uma moeda oficial do Brasil – inclusive com o mesmo valor das cédulas físicas.
Isso traz mais controle e estabilidade para a moeda, já que, em teoria, ela não seria afetada pela especulação e oscilação de valor de uma criptomoeda comum.
Vale notar que o Brasil não é o único local a contar com esse tipo de iniciativa monetária – mas é um dos pioneiros. Atualmente, apenas as Bahamas contam com um moeda digital própria em operação, o sand dollar.
Possíveis utilizações
Apesar de ainda não se ter uma lista definitiva de aplicações para o real digital, a Federação Brasileiras de Bancos (Febraban) citou algumas possibilidades para a moeda. Ao todo, foram 26 aplicações diferentes, 12 delas exclusivas para o mercado brasileiro.
Na mão do consumidor final, as possibilidades iriam do delivery ao pagamento de itens por meio de equipamentos inteligentes equipados com internet das coisas. Enquanto isso, no ambiente corporativo, o token do BC pode representar uma etapa de investimentos em ambiente digital, com negociação por meio da tecnologia blockchain.
O futuro para o Banco Central
Agora, após o anúncio, a ideia é que um edital seja aberto entre os dias 10 de janeiro e 11 de fevereiro para que empresas possam inscrever projetos que utilizem a tecnologia.
A partir dessas ideias, o Banco Central vai analisar quais iniciativas têm como objetivo trazer melhorias reais para o sistema financeiro atual – bem como beneficiar o país a longo prazo. Em março, as propostas escolhidas serão divulgadas e entram na etapa de execução, que vai de 28 de março a 29 de julho.
Por fim, o BC espera que uma fase piloto com grupos públicos selecionados aconteça entre 2022 e 2023. Nessa etapa, os projetos, já em fase final, serão trazidos para os consumidores para que eles possam oferecer suas considerações sobre a novidade.
Via: CNN
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