Coração de porco geneticamente modificado é transplantado em paciente humano
Para que fosse compatível com o corpo humano, os médicos modificaram as células presentes no órgão para que não ocorresse rejeiçãoBy - Luiz Nogueira, 11 janeiro 2022 às 9:28
Como parte de um procedimento experimental, médicos da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland realizaram na última sexta-feira (07) um transplante de um coração de porco modificado em um paciente humano de 57 anos.
Com o feito, que foi bem-sucedido, eles mostraram que um órgão animal geneticamente modificado pode sobreviver e funcionar dentro do corpo humano sem rejeição. Segundo o hospital, o indivíduo que recebeu o órgão, chamado David Bennet, está vivo e “passando bem”.
O procedimento foi autorizado pela Food and Drug Administration por simples compaixão, já que Bennet não era elegível para um transplante convencional e tinha ficado sem outras opções. “Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última escolha”, disse o homem.
A questão da implantação de órgãos de animais em humanos é antiga. Em tentativas anteriores, a mais notável aconteceu em 1984, quando médicos colocaram um coração de babuíno em Stephanie Fae Beauclair, uma criança nascida com síndrome do coração esquerdo hipoplásico.
No entanto, o procedimento deu errado quando, após 21 dias da cirurgia, o corpo da criança rejeitou o órgão.
No processo atual, segundo o The New York Times, há uma diferença notável. Aqui, os médicos modificaram o órgão geneticamente para remover quatro genes que codificam uma molécula e pode fazer com que o órgão seja rejeitado.
Eles também implementaram seis genes humanos para que o sistema imunológico se torne mais tolerável com o tecido estranho.
Apesar de o paciente ainda poder rejeitar o coração de porco, os médicos estão animados com o que isso pode significar para a medicina.
“Se isso funcionar, haverá um suprimento infinito desses órgãos para pacientes que estão sofrendo”, disse o Dr. Muhammad Mohiuddin, diretor científico do programa de xenotransplante da Faculdade de Maryland.
Via: Engadget
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