Um cérebro criado em laboratório conseguiu aprender a jogar o clássico Pong em apenas cinco minutos. A criação, que recebeu o nome de DishBrain, por conta do feito, conseguiu se assemelhar a um cérebro humano.

Isso porque, quando comparado com uma inteligência artificial – que levou cerca de 90 minutos para reproduzir o mesmo feito -, o cérebro, criado por uma startup de biotecnologia chamada Cortical Labs, se mostrou capaz de “receber informações de uma fonte externa, processá-las em respondê-las em tempo real”, disse Brett Kagan, principal autor de uma pesquisa sobre o feito.

O cérebro conta com 800 mil neurônios vivos e operacionais que resultam de uma mistura de células de camundongos e células-tronco humanas que foram colocadas sobre um conjunto de eletrodos conectado ao game.

Cérebro jogando Pong

Imagem: The Independent

Os pulsos elétricos enviados aos neurônios indicavam a posição da bola no jogo. A criação então moveu a plataforma do game para cima e para baixo com base nos sinais dos neurônios.

O DishBrain então recebia um feedback forte e consistente – como se fosse um estímulo – quando acertava e um pulso curto e aleatório quando falhava.

Apesar desses resultados animadores, os pesquisadores acreditam que o cérebro é muito primitivo para ter qualquer tipo de consciência. No entanto, a criação mostrou sinais de que estava melhorando conforme jogava. Isso indica que as células estavam se organizando e aprendendo sozinhas.

“Eles mudaram sua atividade de uma maneira muito consistente ao se comportarem como um sistema dinâmico. Por exemplo, a capacidade dos neurônios de mudar a adaptar sua atividade como resultado da experiência aumenta ao longo do tempo, consistente com o que vemos com a taxa de aprendizado das células”, disse Kagan.

Próximos passos para testar o pequeno cérebro

Cérebro

Imagem: Fankurian Design/Unsplash

Agora, a ideia dos pesquisadores é testar como o DishBrain vai reagir aos efeitos de medicamentos e álcool enquanto joga Pong. Essa será uma abordagem que vai comprovar se o cérebro pode ou não substituir a mente humana.

A ideia, segundo Kagan, é que o DishBrain, ou futuras versões dele, possa ser usado para o tratamento de algumas doenças que afetam o cérebro, como o Alzheimer.

Via: Engadget

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