Câmera dentro de pílula com controle remoto promete ser alternativa à endoscopia

A endoscopia do futuro pode se resumir a simplesmente engolir uma câmera. Por mais estranho que isso possa parecer, cientistas desenvolveram uma câmera robótica dentro de uma cápsula do tamanho de uma pílula para diagnosticar problemas do aparelho digestivo.

Na verdade, a novidade nem está na câmera encapsulada – isso já existe há algum tempo. A limitação até então é que esses dispositivos não podiam ser controlados pelo médico. Assim, as imagens produzidas eram, de certa forma, aleatórias e dependiam unicamente da gravidade e dos movimentos do sistema digestivo.

Imagem: ANX Robotica

Pílula controlada remotamente

Agora, os pesquisadores dizem ter superado essa limitação com uma câmera dentro de uma cápsula em forma de pílula que pode ser controlada remotamente. Assim, os médicos podem literalmente conduzi-la por todo o sistema digestivo para visualizar áreas potencialmente doentes.

A NaviCam, como é chamada a micro-câmera encapsulada, é controlada por magnetismo a partir de um joystick igual ao de alguns videogames, como mostra o vídeo abaixo.

“A endoscopia tradicional é um procedimento invasivo para os pacientes, sem falar que é caro devido à necessidade de anestesia e afastamento do trabalho”, disse Andrew Meltzer, professor de medicina de emergência na GW School of Medicine & Health Sciences. “As cápsulas controladas magneticamente podem ser usadas como uma maneira rápida e fácil de rastrear problemas de saúde no trato gastrointestinal superior, como úlceras ou câncer de estômago”.

A tecnologia ainda está em fase de testes, mas os primeiros resultados são muito promissores e animadores. Um estudo inicial realizado com 40 pessoas mostrou que foi possível controlar a cápsula com precisão em todas as principais partes do estômago com uma taxa de 95% de visualização bem-sucedida.

Imagem: ANX Robotica

O estudo também indica que o uso da cápsula de câmera não oferece riscos à saúde, embora a tecnologia não permita a realização de biópsias, uma vez que se degrada dentro do corpo depois de algum tempo.