O cancelamento da Huawei nos Estados Unidos já é realidade há algum tempo. Na terra do Tio Sam, a gigante chinesa não pode participar da construção de infraestrutura de redes 5G. A empresa é vista com “ameaça à segurança nacional”, acusada de espionagem. Se não bastasse o viés, agora foi a ver do Canadá proibir a participação da Huawei nas redes móveis de quinta geração.

O governo canadense alega a mesma coisa; suspeita de espionagem chinesa. A medida foi confirmada nesta quinta-feira (19) pelo ministro canadense da Segurança Pública, Marco Mendicino.

Fachada da empresa Huawei

Divulgação: Huawei

Huawei resiste

Em março, a Huawei divulgou o balanço da empresa do último ano e registrou, pela primeira vez em 20 anos, uma queda nos números muito por consequência das sanções aplicadas pelos Estados Unidos à empresa, que continuaram a prejudicá-la.

Durante 2021, a chinesa gerou receita de US$ 99,9 bilhões (636,8 bilhões de yuans), uma retração de 28,5% no comparativo com o ano anterior. O lucro líquido da empresa, no entanto, aumentou 75,9% ano a ano, chegando a US$ 17,86 bilhões (113,7 bilhões de yuans).

As sanções dos EUA continuam a desafiar a Huawei

Durante o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a Huawei foi colocada em uma lista de “empresas proibidas” no país, cujo principal objetivo é listar empresas que devem ser restringidas em termos de exportação de componentes-chave e software para empresa nacionais.

Nesse sentido, a administração estadunidense tinha como foco cortar o acesso da Huawei a chips de ponta necessários para a fabricação dos smartphones e outros tipos de hardware da empresa. Como resultado, a participação de mercado global de smartphones da Huawei caiu.

Acusada de espionagem

No fim do ano passado, um documento vazado mostra que a empresa chinesa desenvolveu alguns sistemas de vigilância para a região de Xinjiang.

O The Washington Post obteve uma apresentação do PowerPoint a partir de um site da própria Huawei que não se encontra mais no ar. No documento, slides apontam como parcerias foram feitas com outras empresas para criar sistemas que seriam utilizados em sistemas de vigilância, campos de trabalho e reeducação.

O documento ainda aponta que os produtos da empresa chinesa seriam praticamente a base de uma plataforma unificada para prisões inteligentes Xinjiang, uma região com bastante mulçumanos uigures. A China, vale lembrar, vem sendo acusada há algum tempo de violar os direitos humanos deste povo, colocando-os, por exemplo, em trabalhos forçados.

Slide com sistema de tecnologia da Huawei para prisões

Imagem: The Washington Post

Com informações do Techxplore

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