Big Techs: valor de mercado despenca e perdas chegam a quase US$ 2 trilhões
No final do ano passado, as companhias respondiam juntas por um valor de mercado de US$ 11,35 trilhões; agora, esse montante reduziu mais de 16%By - Tissiane Vicentin, 2 maio 2022 às 19:42
Big Techs é o termo utilizado para nomear algumas das maiores empresas de tecnologia no mercado atualmente, incluindo Alphabet (controladora da Google); Amazon, Apple, Meta (responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp), Microsoft, Netflix, Tesla e Twitter.
No final do ano passado, as companhias respondiam juntas por um valor de mercado de US$ 11,35 trilhões. Esse montante conjunto despencou nos últimos meses, alcançando em abril um total de US$ 9,471 trilhões. Ou seja, uma queda considerável de 16,55%, ou o equivalente a US$ 1,89 trilhão.
O atual cenário, portanto, é bastante contrário ao que aconteceu durante a pandemia, período em que as mesmas empresas tiveram lucros bilionários.
Como consequência direta, os índices das bolsas de valores também sofreram: no acumulado deste ano, o Dow Jones apresentou queda de 7,29%, o S&P 500 retraiu 10,61%, enquanto o Nasdaq perdeu 18,46%.
Vale ressaltar que esta última, que registrou a maior queda, é justamente onde a grande maioria das Big Techs se concentram.
Dentre os principais motivos que explicam a queda nos valores das empresas estão os desdobramentos da guerra entre Ucrânia e Rússia, que impactaram o mercado global; a pressão inflacionária e os recorrentes lockdowns na China diante da pandemia que permanece ativa.
Balanço geral das Big Techs
Apesar do impacto, nem todas foram sumariamente derrubadas. Exemplo disso é a Apple.
Na última quinta-feira (28), a companhia divulgou um desempenho acima das estimativas para o trimestre, com recorde em vendas de iPhones (em especial, aumento de 19% nas Américas), além da divisão de serviços.
A receita trimestral mundial de vendas de smartphones da empresa alcançou um total de US$ 50,6 bilhões, ou o equivalente a um crescimento de 5,5% na comparação com 2021.
Já com relação a serviços, a empresa registrou crescimento de 17%, ou US$ 19,8 bilhões.
Em contrapartida, a Netflix foi uma das que apresentou o pior desempenho. Após revelar a perda de 200 mil assinantes entre janeiro e março deste ano e estimar queda de 2 milhões de usuários até o fim do ano, a companhia enfrentou o pior dia na bolsa de valores.
Em 20 de abril, os papéis da empresa registraram valores 37% menores em Wall Street — o pior preço em 18 anos.
Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos, explica à InfoMoney que o setor de streaming é um dos que mais sofre com inflação.
Isso porque, com a diminuição do poder de compra das pessoas, os supérfluos são os primeiros cortados do orçamento — e adivinha? Streaming passa longe das necessidades primárias, o que explica parte da grande queda.
O cenário, de fato, não está favorável e tampouco deve melhorar nos próximos meses.
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